Milhares protestam no México para exigir regresso dos 43 estudantes desaparecidos
Cidade do México, 06 nov (Lusa) -- Milhares de pessoas protestaram, esta quarta-feira, nas ruas da capital do México para exigir o regresso, em segurança, dos 43 estudantes desaparecidos, depois de as autoridades terem detidos os principais suspeitos.
"Eles levaram-nos vivos, queremo-los vivos", ecoaram os manifestantes, munidos de um cartaz gigante com imagens dos 43 jovens, cujo desaparecimento desencadeou uma onda de indignação e acabou por se tornar numa crise para o Presidente, Enrique Pena Nieto.
Depois de um mês em fuga, Jose Luis Abarca, o antigo autarca de Iguala, no sul do México, e a sua mulher, Maria de Los Angeles Pineda, foram detidos na passada terça-feira, com a sua captura a alimentar esperança de que poderia oferecer pistas sólidas sobre o paradeiro dos estudantes desaparecidos há quase seis semanas, uma vez que são suspeitos de terem ordenado um ataque policial mortífero contra os jovens.
Na noite de 6 de setembro, seis pessoas morreram, 25 outras ficaram feridas e os 43 alunos desapareceram. Segundo as autoridades, polícias municipais abriram fogo contra os estudantes e entregaram-nos ao cartel Guerreros Unidos, cujo líder, Sidronio Casarrubias, ordenou o seu desaparecimento crendo que se tratavam de membros dos Los Rojos, um grupo criminoso rival, segundo a investigação.
"A raiva pelo desaparecimento dos 43 estudantes não desapareceu com a detenção de Abarca", disse Bardomiano Martinez, vice-diretor da escola de formação de professores do estado de Guerrero, à qual pertenciam os jovens desaparecidos.
Segundo a organização da iniciativa, 120 mil pessoas participaram na marcha, no mais recente protesto de indignação no âmbito do caso. A polícia calculou a adesão em metade: 60 mil.
"Exigimos que o governo apresente os nossos filhos vivos", afirmou Felipe de la Cruz, durante a manifestação em frente ao histórico Palácio Nacional.
A investigação levou as autoridades à descoberta de valas, onde foram encontrados 38 cadáveres, elevando receios de que pertencessem aos jovens.
Segundo as autoridades, as análise preliminares de AND mostram que pelo menos 28 não são os estudantes, mas os familiares não confiam no governo e exigem que a palavra final seja dada a especialistas forenses independentes da Argentina.
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