Ministro da Defesa chinês pede "consenso para proteger a ordem internacional"

O ministro da Defesa da China, Dong Jun, pediu hoje "consenso e união de esforços para proteger a ordem internacional", durante o Fórum Xiangshan, em Pequim, o principal evento diplomático militar anual do país asiático.

Lusa /
Nhac Nguyen - AFP

"Os riscos de segurança podem ser superados através da igualdade e do benefício mútuo, e juntos podemos criar um ambiente político estável para a paz e a estabilidade mundiais a longo prazo", afirmou Dong, perante delegados da Defesa de vários países.

O ministro chinês instou, durante a inauguração da primeira sessão plenária do fórum, à implementação de "medidas para gerir as tensões de segurança e alcançar um desenvolvimento equilibrado".

Dong destacou a importância dos "mecanismos de cooperação" no âmbito militar diante do que descreveu como "múltiplos desafios de segurança" no contexto internacional, ao mesmo tempo em que sinalizou que a China está "disposta a trabalhar com todas as forças amantes da paz para defender firmemente as conquistas da vitória na Segunda Guerra Mundial e a ordem internacional do pós-guerra".

Dong acrescentou que o país está disposto a "ajudar as forças armadas de todos os países a fortalecer as suas capacidades para defender os seus direitos e interesses legítimos e assumir conjuntamente a responsabilidade histórica de manter a paz mundial".

O ministro destacou ainda a importância das "consultas internacionais" e de "normas claras" em "áreas emergentes como a inteligência artificial, as profundezas marinhas e o espaço" e os seus "riscos e desafios".

Pequim recebe esta semana o Fórum de Xiangshan, o principal encontro anual da diplomacia militar chinesa, com delegações de mais de uma centena de países, incluindo Rússia, França, Vietname, Singapura, Nigéria e Brasil, e organismos internacionais.

Sob o lema "Manter a ordem internacional e promover o desenvolvimento pacífico", o programa estende-se até sexta-feira.

A agenda aborda a segurança global, as relações entre grandes potências, a Ásia-Pacífico, a resolução política de conflitos, o controlo de armamento, as novas tecnologias e a evolução da guerra, num ano marcado pelo 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e da fundação da ONU.

O fórum chega duas semanas após o desfile de 03 de setembro em Pequim, onde o Exército de Libertação Popular (ELP, o exército chinês) exibiu armas hipersónicas, veículos aéreos não tripulados (`drones`) e mísseis balísticos intercontinentais.

Paralelamente, o exército chinês atravessa turbulências internas: a Força de Foguetes suspendeu recentemente vários especialistas e fornecedores por irregularidades em contratações, enquanto a Comissão Militar Central (o máximo órgão dirigente militar) divulgou em julho diretrizes para reforçar a disciplina e a integridade.

Editoriais do Diário do ELP pediram que se "diga a verdade" e se aja com honestidade e "espírito de luta" diante dos escândalos de corrupção que atingiram até mesmo dois antigos ministros da Defesa.

 

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