O ministro francês da Defesa, Sébastien Lecornu, chegou a Kiev, acompanhado por profissionais da área, para discutir o desenvolvimento da ajuda à Ucrânia e as parcerias industriais num conflito que já dura há 19 meses e que não tem fim à vista.
Durante a visita, representantes de cerca de 20 empresas francesas especializadas na produção de veículos blindados, artilharia, drones, tecnologia cibernética e desminagem deverão debater e assinar parcerias com firmas ucranianas.
O objetivo é, por exemplo, desenvolver a produção de peças sobressalentes para a manutenção do equipamento fornecido por Paris.
A visita surge na véspera do primeiro Fórum das Indústrias de Defesa organizado pela Ucrânia, que segundo Volodymyr Zelensky reunirá mais de 160 empresas de 26 países e industriais ucranianos. Dezanove meses após o início do conflito, a Ucrânia, que pede constantemente armas e munições aos aliados, prepara-se para uma longa guerra e tenciona desenvolver a capacidade de produção de equipamento militar.
Com a ajuda da comunidade internacional, Volodymyr Zelensky, quer “criar um novo e poderoso arsenal para a Ucrânia e para todo os defensores do direito internacional”.
“Vamos produzir, vamos construir, passo a passo, todas as infraestruturas de produção necessárias”, a “única forma de garantir a segurança da Ucrânia”, afirmou Zelensky num vídeo publicado nas redes sociais.
The First Defense Industries Forum. Over 160 companies from 26 countries in North America, Asia, Europe, and Australia are already set to come. Arms manufacturers of all sorts. We rally the world behind creating a powerful arsenal for Ukraine and all international law defenders. pic.twitter.com/n63QFDD0Wf
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) September 25, 2023
“Estamos a passar de uma lógica de cedências para uma parceria industrial que se está a tornar a norma”, afirmou fonte da comitiva do ministro à France Presse.
Kiev está a tentar aumentar o número de acordos de parcerias industriais: o fabricante alemão de tanques e veículos blindados Rheinmetall instalou uma oficina de reparação de tanques na Ucrânia e planeia produzir algum do seu equipamento no país invadido pela Rússia através de uma empresa comum criada para o efeito.
Este verão, a Ucrânia anunciou igualmente a produção de veículos de combate de infantaria CV-90 com a Suécia e a coprodução de sistemas de defesa aérea com os Estados Unidos, durante uma visita de Volodymyr Zelensky a Washington na semana passada.
Novo ataque noturno com drones
A Força Aérea ucraniana revelou esta quinta-feira que os seus sistemas de defesa aérea abateram 34 dos 44 drones Shahed lançados por Moscovo durante a noite.
"Aviões de combate, unidades de mísseis antiaéreos e grupos de fogo móvel foram envolvidos para repelir o ataque", disseram os militares no aplicativo de mensagens Telegram.
Os militares disseram que as regiões de Mykolaiv, Odesa e Kirovohrad, no sul da Ucrânia, foram alvo. Além de drones Shahed, a Rússia também lançou mísseis em Mykolaiv.
"As nossas forças de defesa aérea fizeram um excelente trabalho", frisou o governador da região de Odesa, Oleh Kiper, no Telegram.
"Não houve ataques ou destruição. Não houve baixas. Houve apenas alguns pequenos incêndios na relva seca como resultado da queda dos destroços do Shahed abatido."
Segundo a Reuters, a região portuária de Odesa, no sul da Ucrânia, tem sido atingida por ataques de drones e mísseis russos desde julho, quando a Rússia deixou um acordo de exportação de cereais negociado pela ONU que permitia a Kiev enviar os seus cereais para o exterior.