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Ministro israelita dá prioridade ao ensino da religião sobre o das ciências
Inicialmente, a polémica estava nas declarações de Naftali Bennett acerca da importância das ciências em comparação com os estudos do judaísmo. Disse o ministro israelita da Educação que a Matemática e a Ciência não deviam merecer a mesma atenção que os estudos religiosos. Fortemente criticado pelos responsáveis das academias, procurou redimir-se: “O judaísmo e a excelência não são incompatíveis e continuaremos a implementá-los ambos em pleno vigor”.
A declaração inicial de Naftali Bennett provocou fortes reacções no meio académico e das ciências israelitas face ao pelouro que ocupa no executivo do PM Benjamin Netanyahu. Mais do que um desabafo ou um slogan político lançado a uma multidão, as palavras foram vistas a sair da boca do ministro da Educação, líder de um partido de extrema-direita.
“Os estudos judaicos são para mim mais importantes do que matemáticas ou a Ciência”, propugnou perante a audiência que o ouvia em Caesarea, cidade costeira do norte de Israel.
“Bennett esquece-se que é o ministro da Educação de todos os estudantes de Israel e que é forçoso que aja como tal. Não há uma matéria que seja mais importante do que a outra. É importante fazer crescer os alunos com valores e capacidade de pensar, o resto vem naturalmente”, assinalou Menashe Levy, presidente da associação de reitores.
“Quero que cada jovem licenciado saiba como escrever código e saiba o que é o Kidush”.
“Apenas quero cada um dos licenciados do nosso sistema de educação capaz de conversar em bom inglês mas que saiba também por que dizemos Selichot”.
Os professores de Física e Matemática lamentam que as palavras de Bennett venham agora minar os esforços junto dos estudantes para os encorajar a investir na área das ciências. Mais cáustico foi o Prémio Nobel da Química, Aaron Ciechanover: “Não ouvi exactamente o que Bennett disse sobre os estudos judaicos e a relação com a ciência, mas se ele disse isso, espero que não esteja a falar a sério”.
“Estas coisas, infelizmente, são consistentes com a decisão de demitir uma geração inteira de estudantes de um núcleo de saberes essenciais não só para poderem viver as suas vidas com dignidade, saúde e sucesso, mas também para o estado de Israel seja forte e robusto. Judaísmo e ciências são ambos importantes por direito próprio, o objetivo de classificá-las numa escala de importância é um acto de loucura. A comparação entre os dois tem uma matriz política e é uma pena que isso venha do ministro que deve promover ambos de forma igual", acrescentou Aaron Ciechanover.
Face à onda de críticas, Naftali Bennett veio depois corrigir a mão, explicando que as suas palavras deveriam ser entendidas num contexto de judeus a viver num Estado judaico, que respeita a tradição. Nesse sentido, apenas quis dizer que quero que “cada licenciado do nosso sistema de educação (israelita) saiba como escrever código e saiba o que é o Kidush [oração cerimonial sobre vinho que é dita na primeira refeição do Shabat, dia do descanso dos judeus, que é no sábado]”.
Em entrevista posterior ao diário israelita Yedioth Ahronoth, acrescentaria à explicação que, “sendo judeus a viver num Estado judaico e orgulhosos da sua herança e tradição, apenas quero cada um dos licenciados do nosso sistema de educação capaz de conversar em bom inglês mas que saiba também por que dizemos Selichot [preces de perdão que os judeus dizem nos dias que antecedem o seu ano novo]. Judaísmo e excelência não se excluem mutuamente e vamos continuar a implementar ambos a toda a força”.
Nada disse, portanto, sobre o ensino do cristianismo e do islão. Igualmente, nem uma palavra para os ateus.
“Os estudos judaicos são para mim mais importantes do que matemáticas ou a Ciência”, propugnou perante a audiência que o ouvia em Caesarea, cidade costeira do norte de Israel.
“Bennett esquece-se que é o ministro da Educação de todos os estudantes de Israel e que é forçoso que aja como tal. Não há uma matéria que seja mais importante do que a outra. É importante fazer crescer os alunos com valores e capacidade de pensar, o resto vem naturalmente”, assinalou Menashe Levy, presidente da associação de reitores.
“Quero que cada jovem licenciado saiba como escrever código e saiba o que é o Kidush”.
“Apenas quero cada um dos licenciados do nosso sistema de educação capaz de conversar em bom inglês mas que saiba também por que dizemos Selichot”.
Os professores de Física e Matemática lamentam que as palavras de Bennett venham agora minar os esforços junto dos estudantes para os encorajar a investir na área das ciências. Mais cáustico foi o Prémio Nobel da Química, Aaron Ciechanover: “Não ouvi exactamente o que Bennett disse sobre os estudos judaicos e a relação com a ciência, mas se ele disse isso, espero que não esteja a falar a sério”.
“Estas coisas, infelizmente, são consistentes com a decisão de demitir uma geração inteira de estudantes de um núcleo de saberes essenciais não só para poderem viver as suas vidas com dignidade, saúde e sucesso, mas também para o estado de Israel seja forte e robusto. Judaísmo e ciências são ambos importantes por direito próprio, o objetivo de classificá-las numa escala de importância é um acto de loucura. A comparação entre os dois tem uma matriz política e é uma pena que isso venha do ministro que deve promover ambos de forma igual", acrescentou Aaron Ciechanover.
Face à onda de críticas, Naftali Bennett veio depois corrigir a mão, explicando que as suas palavras deveriam ser entendidas num contexto de judeus a viver num Estado judaico, que respeita a tradição. Nesse sentido, apenas quis dizer que quero que “cada licenciado do nosso sistema de educação (israelita) saiba como escrever código e saiba o que é o Kidush [oração cerimonial sobre vinho que é dita na primeira refeição do Shabat, dia do descanso dos judeus, que é no sábado]”.
Em entrevista posterior ao diário israelita Yedioth Ahronoth, acrescentaria à explicação que, “sendo judeus a viver num Estado judaico e orgulhosos da sua herança e tradição, apenas quero cada um dos licenciados do nosso sistema de educação capaz de conversar em bom inglês mas que saiba também por que dizemos Selichot [preces de perdão que os judeus dizem nos dias que antecedem o seu ano novo]. Judaísmo e excelência não se excluem mutuamente e vamos continuar a implementar ambos a toda a força”.
Nada disse, portanto, sobre o ensino do cristianismo e do islão. Igualmente, nem uma palavra para os ateus.