Ministro israelita defende "controlo total da segurança" em Gaza
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, apontou este desejo para o final da guerra em curso no território palestiniano. Katz esclareceu tratar-se da uma posição pessoal.
"Depois de eliminar o poder militar e governamental do Hamas em Gaza, Israel exercerá um controlo de segurança total sobre Gaza, com total liberdade de ação", escreveu Katz nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.
O ministro israelita defendeu que a governação da Faixa de Gaza deveria ser "exatamente como na Judeia e Samaria", o nome que Israel dá à Cisjordânia, o território palestiniano que ocupa desde 1967.
A futura governação da Faixa de Gaza tem sido objeto de especulação desde há meses em Israel, nos Territórios Palestinianos e na comunidade internacional.
O antecessor de Katz, Yoav Gallant, opôs-se firmemente a qualquer controlo israelita duradouro da Faixa de Gaza após a guerra.
"Não aceitarei o estabelecimento de uma administração militar israelita em Gaza, Israel não deve ter controlo civil sobre a Faixa de Gaza", afirmou Gallant em maio.
Gallant apelou na altura ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que assumisse um compromisso nesse sentido.
Em novembro, Netanyahu demitiu Gallant, devido a divergências sobre a condução da guerra em Gaza, e nomeou Katz.
O atual ministro da Defesa é considerado por comentadores políticos israelitas como sendo mais inclinado a adotar as posições de Netanyahu, segundo a AFP.
O exército israelita ocupou a Faixa de Gaza de 1967 a 2005, altura em que se retirou unilateralmente, desalojando, por vezes à força, os colonos israelitas que se tinham mudado para o enclave palestiniano.
O grupo extremista Hamas, que venceu as eleições legislativas palestinianas de 2006, tomou o poder em Gaza em 2007, após meses de confrontos com outros movimentos políticos, incluindo a Fatah, do Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmoud Abbas.
A guerra atual foi desencadeada em 07 de outubro de 2023 por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel que causou mais de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Mais de 45.000 palestinianos foram mortos na campanha militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Governo do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.