Ministro suíço dos Negócios Estrangeiros quer OSCE a monitorizar cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia

Ignazio Cassis quer a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa preparada para a monitorização de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia e até como observador em futuras eleições ucranianas. A Suíça preside à OSCE no próximo ano.

Lusa /
Paul Zinken - AFP

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Suíça, Ignazio Cassis, defendeu este domingo que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) poderá desempenhar um papel importante na monitorização de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia.

"Já existem considerações concretas sobre este assunto: a Organização é capaz de mobilizar dezenas de pessoas em períodos muito curtos. A OSCE poderia observar o cessar-fogo, monitorizar a linha de cessar-fogo, observar as eleições, etc.", disse Ignazio Cassis, em declarações ao jornal suíço SonntagsBlick.

No próximo ano, a Suíça vai presidir à OSCE, organização fundada em 1975 para atenuar as tensões entre o Oriente e o Ocidente durante a Guerra Fria, e que conta com 57 membros da Europa, Ásia Central e América do Norte, incluindo os Estados Unidos da América, a Ucrânia e a Rússia.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Suíça, "a linha da frente estende-se atualmente por 1.300 quilómetros - a OSCE", que, "por si só, é demasiado pequena para monitorizar toda a sua extensão", pelo que tal exigiria um compromisso significativo dos Estados participantes.

Ignazio Cassis disse ainda que o Presidente norte-americano, Donald Trump, poderá concluir rapidamente um acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia.

"O meu objetivo é que a OSCE esteja preparada. Assim que um acordo for alcançado, queremos poder (...) começar a trabalhar", expôs o ministro suíço.

O governante sugeriu que uma missão de investigação poderia ser, inicialmente, enviada à Ucrânia para avaliar a situação, a partir da qual a OSCE poderia iniciar rapidamente as etapas seguintes.

A este propósito, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Suíça reconheceu que a Rússia violou os princípios fundamentais desta organização ao atacar o seu país vizinho, a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Apesar disso, a Rússia não saiu da OSCE, nem foi excluída, o que, na perspetiva de Ignazio Cassis, indica que esta organização internacional "continua a ser importante para o diálogo com a Rússia, mesmo que limitado".

"A OSCE deve estar pronta para agir assim que a oportunidade surgir, mesmo que, por enquanto, as possibilidades sejam limitadas", defendeu.

Após três dias de negociações na Florida entre as autoridades ucranianas e norte-americanas não houve avanços significativos no sábado.

No entanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu continuar as negociações em busca de uma "verdadeira paz", enquanto a Rússia realizou novos ataques com drones e mísseis contra a Ucrânia.

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