Ministros da UE reunidos em Lviv em dezembro para impulsionar alargamento

Os ministros dos Assuntos Europeus da UE vão reunir-se em dezembro, em Lviv (oeste da Ucrânia), para dar um impulso ao processo de adesão da Ucrânia face ao veto da Hungria, disseram hoje fontes diplomáticas.

Lusa /

De 10 a 11 de dezembro, os ministros europeus vão reunir-se informalmente em Lviv, perto da fronteira com a Polónia, para avançar no processo de adesão da Ucrânia, após a obtenção do estatuto de país candidato em 2022, disseram à Lusa diplomatas dinamarqueses, cujo país ocupa a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE).

Num relatório divulgado na semana passada, a Comissão Europeia considerou que a Ucrânia, apesar da guerra causada pela invasão russa, tem continuado "fortemente empenhada no caminho para a adesão à UE, concluindo com sucesso o processo de avaliação e avançado em reformas fundamentais", mas, apesar desta opinião positiva, Kiev tem contado com a oposição húngara nas negociações dos capítulos.

A reunião de dezembro visa, assim, desbloquear essas negociações, congeladas pelo veto do Governo húngaro, numa votação que é feita por unanimidade.

A presidência dinamarquesa do Conselho da UE, que termina no final de dezembro, quer "garantir o progresso, apesar do veto persistente de um Estado-membro contra a adoção das medidas formais", razão pela qual vai promover este "momento importante" em Lviv, para fazer o balanço do trabalho realizado, segundo um diplomata ouvido pela Lusa.

Os convites às capitais europeias já foram enviados na segunda-feira, para uma reunião informal que será coorganizada pela ministra dos Assuntos Europeus dinamarquesa, Marie Bjerre, e pelo vice-primeiro-ministro ucraniano para a Integração Europeia e Euro-Atlântica, Taras Kachka.

A Hungria, que justifica a posição com preocupações políticas e culturais, tem vindo a opor-se à adesão do país à UE.

O governo ultranacionalista húngaro, liderado por Viktor Orbán, alega que Kiev não respeita plenamente os direitos da minoria húngara que vive na região da Transcarpátia, nomeadamente em questões linguísticas e educativas.

Além disso, Budapeste tem mantido uma postura crítica face às sanções europeias contra a Rússia e à política externa da UE relativamente ao conflito na Ucrânia, procurando preservar interesses energéticos e diplomáticos próprios.

Esta posição tem criado tensões dentro do bloco comunitário, atrasando o consenso necessário para avançar com o processo de adesão ucraniano.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Kiev apresentou formalmente o pedido de adesão à UE em 28 de fevereiro de 2022, poucos dias depois do início da invasão russa. Tem estatuto de país candidato desde 23 de junho desse mesmo ano. Em meados de dezembro de 2023, o Conselho Europeu decidiu abrir as negociações formais de adesão à UE com a Ucrânia.

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