Ministros da União Europeia discutem em Copenhaga ataques a Kiev e Gaza

Os ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia reúnem-se hoje e amanhã em Copenhaga para um encontro informal. Na agenda o ataque massivo desta quinta-feira em Kiev, que matou mais de duas dezenas de pessoas e danificou as instalações da União Europeia na capital ucraniana.

RTP /
Reuters

Por ser um encontro informal, não serão tomadas quaisquer decisões, mas o ataque da madrugada passada na capital ucraniana deverá dominar parte da reunião.

Os trabalhos serão presididos pela chefe da diplomacia dos 27, Kaja Kallas, que convocou o enviado do Kremlin para a UE, exigindo explicações sobre o ataque russo em Kiev. 

"Considerando que [Vladimir] Putin está a gozar com todos os esforços de paz, a pressão é a única solução", disse Kaja Kallas, ex-primeira-ministra da Estónia e representante da diplomacia da UE, à entrada para uma reunião ministerial informal, em Copenhaga, capital da Dinamarca. ~

A alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança insistiu que "a Rússia não quer a paz e que o demonstrou com os bombardeamentos" dos últimos dias.

Portugal estará representado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Os drones e mísseis que a Rússia disparou contra Kiev fizeram mais de 20 mortos e mais de 60 feridos, segundo o balanço mais recente das autoridades ucranianas.

Também em Copenhaga, termina esta sexta-feira uma reunião dos ministros da Defesa da UE, também informal, para discutir novas fases do apoio militar à Ucrânia.
O presidente ucraniano já disse, no habitual discurso noturno, que o ataque demonstra que a Rússia não está interessada na paz.

Zelensky esteve reunido com alguns líderes europeus num encontro virtual a quem disse que é importante definir com clareza as garantias de segurança de que a Ucrânia precisa.

Os Estados Unidos anunciaram entretanto que foi aprovada uma venda de armamento a Kiev por mais de 700 milhões de euros, que incluem mísseis de longo alcance e equipamento defensivo.

A venda foi anunciada numa altura em que a Rússia continua a intensificar os ataques à Ucrânia, mesmo depois do presidente Donald Trump se ter reunido com o homólogo russo Vladimir Putin no Alasca, no início do mês, para pressionar por uma solução negociada para o conflito de três anos.

Em simultâneo, os ministros discutirão as últimas negociações entre a Ucrânia e a Rússia, mediadas pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e a possibilidade de uma reunião entre os homólogos ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin, ainda sem data prevista, depois de o Kremlin dizer que quer anexar o território que ocupou e exigir que a Ucrânia nunca integre a Aliança Atlântica.

Em simultâneo, a estratégia de Israel de ocupar a Cidade de Gaza, no território palestiniano da Faixa de Gaza, também vai fazer parte dos trabalhos.

Numa altura em que aumenta a pressão política internacional sobre o Governo de Benjamin Netanyahu, a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu, o Conselho Europeu, presidido por António Costa, e o Conselho da UE estão a ser criticados por mais de 200 diplomatas e funcionários europeus, que acusam Bruxelas de cumplicidade com Telavive devido ao silêncio e falta de medidas concretas perante a ofensiva militar israelita, em curso há quase 23 meses.

c/Lusa
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