Ministros divididos vão tentar posição comum sobre reconhecimento do Kosovo

Bruxelas, 18 Fev (Lusa) - Os chefes da diplomacia europeia vão hoje, em Bruxelas, tentar chegar a uma posição comum sobre a declaração de independência do Kosovo antes de os Estados-membros dos 27, individualmente, começarem a reconhecer o novo país.

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A UE, como organização internacional, não tem "competências" para reconhecer o nascimento do novo país, mas os "grandes" Estados-membros da UE (Alemanha, França, Reino Unido e Itália) já manifestaram a sua intenção em reconhecer rapidamente o Kosovo que declarou domingo a sua independência.

Uma larga maioria dos 27 deverá seguir os "grandes", mas pelo menos seis países (Chipre, Espanha, Bulgária, Grécia, Roménia e Eslováquia) não o irão fazer tão cedo, visto recearem que isso encoraje movimentos separatistas em todo o mundo.

"Vamos tentar articular todos os interesses", disse fonte diplomática sexta-feira, acrescentando que o resultado da reunião deverá reafirmar a "unidade" dos 27 e permitir, "de forma ordenada", os Estados-membros que assim entenderem fazer o reconhecimento do novo país.

Os 27 estão de acordo sobre o início do envio nos próximos dias dos primeiros elementos de uma missão civil, com cerca de 2.000 homens (polícias e juristas), que irá "enquadrar" os primeiros passos do Kosovo independente.

Mas "não haverá posição comum sobre o reconhecimento" do país, esperando-se que os chefes da diplomacia europeia fixem os "parâmetros" para esse reconhecimento que cada Estado-membro "interpretará" à sua maneira, segundo a mesma fonte.

"Interessa é garantir a coesão no Conselho (de segunda-feira, em Bruxelas) entre os 27 Estados europeus no sentido de assegurar que a responsabilidade da União Europeia não é enjeitada e que a UE terá uma posição forte na estabilização da situação no Kosovo", disse o chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, em Amã domingo.

Relativamente à posição portuguesa sobre o Kosovo, Luís Amado disse que será tomada em concertação entre o Governo, o Presidente da República e a Assembleia da República.

FPB.

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