Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul prolongada por um ano

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) prolongou, pelo período de um ano, a missão de manutenção da paz no Sudão do Sul (Unmiss), num momento de escalada das tensões no país. 

Lusa /
A ONU fica mais um ano no Sudão do Sul Beatrice Mategwa - EPA

A resolução, que estende o mandato da missão até 30 de abril de 2026, recebeu 12 votos a favor e três abstenções: Paquistão, China e Rússia. 

Embora a resolução mantenha as principais tarefas da Unmiss, as negociações em torno da renovação foram difíceis, com discussões prolongadas que duraram várias semanas. 

O Conselho de Segurança decidiu que a missão continuará a promover uma visão estratégica plurianual para evitar um retorno à guerra civil e abordará as lacunas críticas para a construção de uma paz duradoura, com especial foco na proteção de civis.

O mandato da missão também visa a criação de condições propícias à entrega de assistência humanitária, o apoio à implementação do Acordo Revitalizado e do Processo de Paz, e a monitorização e a investigação de violações dos direitos humanos. 

O Conselho de Segurança, composto por 15 Estados-membros, aproveitou para exigir que todas as partes em conflito e outros atores armados cessem imediatamente os combates em todo o Sudão do Sul e lembrou às autoridades sul-sudanesas a sua responsabilidade primária de proteger os civis. 

Os Estados Unidos, detentores do dossiê do Sudão do Sul na ONU, salientaram que a renovação da Unmiss acontece num momento em que o país "se encontra à beira de uma guerra civil mais ampla".

"A comunidade internacional deve usar sua influência para resgatar o Sudão do Sul da beira do abismo, inclusive através da Unmiss", apelou a embaixadora interina norte-americana, Dorothy Shea, após a votação.

O teto da ONU de 17.000 soldados e 2.101 polícias para o país permanece inalterado, mas o Conselho de Segurança levanta a hipótese de fazer ajustes nos números e tarefas "dependendo das condições de segurança no local" e da implementação de "medidas prioritárias", como a remoção de obstáculos ao funcionamento da Unmiss e a criação de um "clima propício" para a realização de eleições.

 

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