Mundo
MNE grego desloca-se à Turquia e apela ao diálogo entre os dois países
Quase uma semana depois do violento sismo que devastou várias regiões da Síria e da Turquia, o ministro grego dos Negócios Estrangeiros, Nikos Dendias, deslocou-se à cidade turca de Antakya, manifestando apoio e solidariedade apesar das divisões e rivalidade histórica entre Istambul e Atenas.
As imagens da televisão turca mostram o ministro Nikos Dendias a ser recebido em Adana de forma calorosa pelo seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu.
Os dois governantes estiveram juntos e deslocaram-se de helicóptero às zonas mais devastadas pelo sismo de segunda-feira, que provocou mais de 33 mil mortos na Turquia e Síria.
"Trago ao Governo e ao povo turco as mais sinceras condolências do governo e do povo grego", disse o ministro grego numa conferência de imprensa em Antakya, onde estão várias equipas de resgate gregas a participar em operações de busca e salvamento.
A ajuda grega foi das primeiras a chegar ao terreno, com equipas a participarem nas operações nas primeiras horas após o sismo.
Dendias e Cavusoglu louvaram a cooperação dos dois países após o sismo devastador e apelaram em conjunto à melhoria das relações entre os dois países, rivais históricos e com disputas territoriais em curso.
“Esta é uma demonstração de solidariedade do povo grego para com a Turquia e a população turca. A Grécia foi um dos primeiros países a oferecer ajuda após o terramoto", reconheceu o MNE turco, Mevlut Cavusoglu.
O ministro turco lembrou ainda o sismo de 1999, quando ambos os países foram atingidos por sismos e estiveram juntos nos esforços de recuperação.
"Não devemos esperar por um novo terramoto para desenvolver as nossas relações. (…) Digo isto como cidadão, mas penso o mesmo como ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia. Espero que façamos esforços para chegar a uma solução para as nossas divergências por meio de um diálogo sincero", afirmou.
No mesmo sentido, o MNE grego considerou que os dois países não devem “esperar por desastres naturais” para melhorarem as relações diplomáticas, sendo que ambos os países estão localizados junto a grandes falhas sísmicas.
Os dois governantes estiveram juntos e deslocaram-se de helicóptero às zonas mais devastadas pelo sismo de segunda-feira, que provocou mais de 33 mil mortos na Turquia e Síria.
"Trago ao Governo e ao povo turco as mais sinceras condolências do governo e do povo grego", disse o ministro grego numa conferência de imprensa em Antakya, onde estão várias equipas de resgate gregas a participar em operações de busca e salvamento.
A ajuda grega foi das primeiras a chegar ao terreno, com equipas a participarem nas operações nas primeiras horas após o sismo.
Dendias e Cavusoglu louvaram a cooperação dos dois países após o sismo devastador e apelaram em conjunto à melhoria das relações entre os dois países, rivais históricos e com disputas territoriais em curso.
“Esta é uma demonstração de solidariedade do povo grego para com a Turquia e a população turca. A Grécia foi um dos primeiros países a oferecer ajuda após o terramoto", reconheceu o MNE turco, Mevlut Cavusoglu.
O ministro turco lembrou ainda o sismo de 1999, quando ambos os países foram atingidos por sismos e estiveram juntos nos esforços de recuperação.
"Não devemos esperar por um novo terramoto para desenvolver as nossas relações. (…) Digo isto como cidadão, mas penso o mesmo como ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia. Espero que façamos esforços para chegar a uma solução para as nossas divergências por meio de um diálogo sincero", afirmou.
No mesmo sentido, o MNE grego considerou que os dois países não devem “esperar por desastres naturais” para melhorarem as relações diplomáticas, sendo que ambos os países estão localizados junto a grandes falhas sísmicas.
Tensão no Egeu
Estados vizinhos e membros da NATO, Grécia e Turquia mantêm a tradição de ajuda e assistência mútua em situações de catástrofes naturais, mas contam ainda assim um histórico de rivalidade e de grandes tensões diplomáticas.
Ainda em dezembro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçava diretamente as autoridades gregas, acenando com a possibilidade de lançar um míssil sobre Atenas. “Agora começámos a fazer os nossos próprios mísseis. Claro que esta produção assusta os gregos”, vincava o presidente turco.
Em resposta, o ministro grego dos Negócios Estrangeiros, Nikos Dendias, comparava as ameaças turcas às de Kim Jong-un.
“É inaceitável e universalmente condenável que haja ameaças de ataques com mísseis contra a Grécia, contra um país aliado e membro da NATO. Atitudes como as da Coreia do Norte não podem ter lugar na Aliança Atlântica”, sublinhou o chefe da diplomacia grega.
A discórdia histórica tem origem numa disputa com várias décadas no Mar Egeu, onde existem várias ilhas com grande interesse estratégico, sobretudo devido aos recursos naturais da região.
No século XX, a rivalidade adensou-se devido à questão de Chipre, ilha de maioria cipriota grega, invadida pelos turcos em 1974. Na altura, foi proclamada a República turca do Chipre do Norte contra a condenação da comunidade internacional e a contestação dos gregos cipriotas, em maioria naquele território insular. Desde então, esta entidade carece de reconhecimento, com grande parte do mundo a atribuir à República de Chipre a soberania sobre toda a ilha.
Cerca de 37 por cento da ilha de Chipre ficou nas mãos da Turquia após a operação Átila, entre julho e agosto de 1974.
Para além da questão do Chipre, existe a tensão constante entre gregos e turcos devido ao elevado número de ilhas gregas muito próximas do território turco. Nos últimos anos, a Grécia tem reforçado a militarização destas ilhas, incluindo Castelorizo, a cerca de três quilómetros da costa turca.
Estas questões têm provocado grande combate diplomático entre os dois países, sobretudo no que diz respeito à delimitação de águas territoriais, do espaço aéreo e das zonas económicas exclusivas.
Também a situação dos migrantes, sobretudo na ilha grega de Lesbos, localizada a cerca de 12 quilómetros da custa turca, tem estado no centro das querelas diplomáticas entre ambos os países, sendo vista pelos refugiados que chegam a território turco como uma possível porta de entrada para a União Europeia.