MNE português preocupado com perseguição de cristãos na Nigéria e no resto do mundo

O ministro dos Negócios Estrangeiros português subscreveu hoje a preocupação do CDS-PP com a perseguição de cristãos na Nigéria, acrescentando que estes são atualmente o grupo religioso mais perseguido no mundo.

Lusa /

Paulo Rangel, que era ouvido na audição conjunta, sobre o Orçamento do Estado de 2026 (OE2026), das comissões parlamentares de Orçamento, Finanças e Administração Pública, dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e dos Assuntos Europeus, respondia ao deputado Paulo Núncio (CDS-PP) sobre a perseguição dos cristãos na Nigéria.

"Há muitos anos que existe uma campanha movida contra cristãos na Nigéria que resulta em raptos, linchamentos, e destruição de igrejas", afirmou o deputado, questionando o Governo português sobre o que irá fazer nesta matéria.

Paulo Rangel disse que acompanha "por completo a preocupação do grupo parlamentar do CDS", elogiando o registo do partido nesta matéria.

"É uma situação preocupante. Não é de agora, mas neste momento o grupo religioso mais perseguido do mundo é o dos cristãos; um em cada sete é perseguido", disse.

Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, a situação repete-se em países como a Índia, também em Israel e na Palestina, mas é "particularmente preocupante" na Nigéria.

Na semana passada, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, designou a Nigéria como um "país particularmente preocupante", alegando que a comunidade cristã presente no país enfrenta uma "ameaça existencial", abrindo assim a porta à imposição de sanções ou à redução da ajuda militar e ameaçou com uma intervenção militar.

Por seu lado, o Presidente nigeriano, Bola Tinubu, rejeitou a posição de Trump e argumentou que esta não reflete a realidade religiosa do país, mostrando a sua disponibilidade para trabalhar com os Estados Unidos e "aprofundar a compreensão e a cooperação na proteção de todas as comunidades".

As comunidades cristãs têm sido alvo de ataques em várias ocasiões na Nigéria, mas especialistas apontam que a maioria das vítimas dos grupos armados no país é muçulmana, uma vez que grande parte dos ataques ocorre na zona norte do país, de maioria muçulmana.

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