Declarando-se insatisfeito com a forma como as negociações sobre o futuro estatuto do Kosovo estão a ser conduzidas pelo enviado especial da ONU, Martti Ahtisaari, o chefe da diplomacia sérvio, Vuc Draskovic, afirmou que as partes estão "longe de um compromisso".

"Não estamos satisfeitos, porque não compreendemos a política de dois pesos e duas medidas", declarou em Helsínquia, em conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo finlandês, Erkki Tuomioja.

"Bruxelas disse-nos: `Devem primeiro cumprir as vossas obrigações [sobre a captura do ex-chefe militar das forças sérvias da Bósnia-Herzegovina Ratko Mladic] antes de prosseguir o processo de associação e de estabilização com a União Europeia`, enquanto aceitamos que os albaneses [do Kosovo] se comprometam a proteger os sérvios, as igrejas e os mosteiros se obtiverem a independência", afirmou Draskovic.

"Como é que é possível? Como é que se pode autorizar aos albaneses o que se recusa aos sérvios?", interrogou-se.

O estatuto do Kosovo, província sérvia administrada desde 1999 pela ONU, deve ser definido antes do final deste ano.

Os albaneses, que representam mais de 90 por cento da população kosovar, querem a independência, o que Belgrado rejeita.

As negociações entre representantes de Pristina e de Belgrado começaram em Fevereiro.