Moçambique. Ex-PR Joaquim Chissano repudia "crime hediondo"

por Lusa

O ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano expressou hoje a sua "profunda indignação e repúdio" pelo "crime hediondo" que constituiu o assassínio de Elvino Dias e Paulo Guambe na noite da passada sexta-feira em Maputo.

"Este ato de violência brutal, que mancha a imagem do nosso país, é um ataque à vida humana que é inaceitável e vai contra os princípios e valores de dignidade, respeito e de justiça que defendemos e que devem sustentar a nossa sociedade", considera Joaquim Chissano, num comunicado de imprensa que assina.

A polícia moçambicana confirmou no sábado, à agência Lusa, que a viatura em que seguiam Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, candidato às presidenciais do passado dia 09, e Paulo Guambe, mandatário do Podemos, partido que apoia Mondlane, foram mortos a tiro numa "emboscada".

O crime aconteceu na avenida Joaquim Chissano, centro da capital.

Na nota divulgada pela Fundação Joaquim Chissano, de que o antigo Presidente (06 de novembro de 1986 -- 02 de fevereiro de 2005) é patrono, salienta-se que "este e outros crimes hediondos" contribuem "para criar o sentimento de insegurança e minar a vontade de trabalhar pelo bem-estar dos moçambicanos".

Joaquim Chissano encoraja as autoridades competentes "a redobrar os seus esforços" para esclarecer "o mais brevemente possível" o crime, que classifica como "macabro".

O ex-chefe de Estado diz que o processo deve resultar em que os autores sejam responsabilizados judicialmente "com medidas severas e dissuasoras que contribuam para prevenir futuros casos de violência, assassinatos e sequestros".

"A paz, segurança, tranquilidade e garantia da proteção de todos os cidadãos são valores e bens comuns que devemos todos preservar a todo o custo e momento", frisa.

A terminar a nota de repúdio, Joaquim Chissano, apresenta os seus sentimentos às famílias e amigos de Elvino Dias e Paulo Guambe e reafirma o compromisso da Fundação de "continuar a promover e lutar por uma sociedade mais justa e segura, onde todos possam viver em paz e segurança e sem medo da violência de qualquer natureza".

Após o duplo homicídio, Venâncio Mondlane, que contesta resultados preliminares das eleições que não lhe dão a vitória, convocou para hoje a realização de marchas pacificas em Moçambique, que foram dispersas com tiros para o ar e gás lacrimogéneo em Maputo e também em Pemba.

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