Moçambique fora da "lista cinzenta" resulta de reformas e projeta país
A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) considera que a saída da "lista cinzenta" internacional de branqueamento de capitais resulta das "reformas" governamentais dos últimos anos e "abona" a imagem do país nos mercados internacionais.
A posição surge no comunicado da Comissão Política da Frelimo, após a reunião ordinária de quarta-feira, em Maputo, para analisar a situação política, económica e sócio-cultural do país, no qual "felicita" o Governo "pelas reformas que levaram à retirada" de Moçambique da Lista Cinzenta do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI).
"Premiando o esforço do executivo, instituições nacionais e de todos os atores económicos e sociais, na promoção dos mecanismos internacionais de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo", lê-se.
Para a Comissão Política da Frelimo, que lidera Moçambique desde 1975, esta decisão "concorre para uma imagem abonatória do país nos mercados nacionais e internacionais, conferindo maior credibilidade e confiança aos investidores, contribuindo para a dinamização da economia nacional".
A plenária do GAFI proclamou em 24 de outubro, em Paris, a saída de Moçambique da "lista cinzenta" internacional de branqueamento de capitais, três anos após a inclusão.
"A plenária do GAFI, por voto unânime de todas as organizações e países, retirou Moçambique da lista cinzenta", disse à Lusa nesse dia o coordenador nacional para a remoção de Moçambique daquela lista, Luís Abel Cezerilo.
O responsável, que é também diretor-geral adjunto do Gabinete de Informação Financeira de Moçambique (Gifim), acrescentou que a decisão de saída foi aprovada com a recomendação de o país "trabalhar" na "melhoria do mapeamento de risco".
Moçambique integrava desde 2022 a "lista cinzenta" internacional de branqueamento de capitais do GAFI, mas o Governo anunciou em meados deste ano que já cumpria todas as recomendações para a sua retirada e que o objetivo era assegurar, após a retirada, a manutenção desse estatuto em próximas avaliações.
"No quadro dos esforços para a remoção de Moçambique da lista cinzenta, Moçambique já cumpriu com as 26 ações do plano do GAFI, o que levou esta instituição a reconhecer a capacidade das nossas instituições em prevenir e combater crimes de branqueamento de capitais e de financiamento de terrorismo", disse em 16 de junho a ministra das Finanças, Carla Loveira, que está hoje em Paris a acompanhar a plenária do GAFI.
Moçambique recebeu em setembro uma visita de elementos do GAFI, etapa então descrita como essencial para o processo de remoção de Moçambique da "lista cinzenta".