Moçambique. Paramilitares encontram restos mortais de cinco pessoas em Muidumbe

Um grupo de paramilitares encontrou restos mortais de cinco supostos terroristas, na localidade de Mapate, a cerca de 60 quilómetros da sede distrital de Muidumbe, na província moçambicana de Cabo Delgado, disse hoje um membro da força local.

Lusa /
J. Nhamirre - AFP

Os restos mortais foram encontrados na quarta-feira debaixo de uma árvore de "grande porte", próximo ao lago Nhanje, durante operações de patrulhamento, a cerca de 12 quilómetros da aldeia, segundo um membro da força local.

"Na quarta-feira, os meus colegas encontraram cinco corpos, mas irreconhecíveis, isso em Nhanje", disse à agência Lusa um membro da força local, grupo de paramilitares que apoia o combate ao terrorismo, a partir de Muidumbe.

Segundo a mesma fonte, os restos mortais são, alegadamente, de terroristas que estiveram em confrontos com a força local, após mais uma tentativa de ataque à sede da localidade de Mapate, na zona baixa de Muidumbe.

"Há duas semanas houve uma tentativa de invadirem Mapate" referiu a fonte.

A localidade de Mapate continua desabitada após um ataque de grupos rebeldes a cerca de quatro meses.

"Ninguém está em Mapate, as pessoas ainda têm medo, mas com razão, a situação ainda não é das melhores", disse outro membro da força local, também a partir de Muidumbe.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.

De acordo com o mais recente relatório da organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos, dos 2.270 eventos violentos registados desde outubro de 2017, um total de 2.107 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).

Estes ataques provocaram em pouco mais de oito anos 6.341 mortos, refere-se no novo balanço, noticiado pela Lusa em 28 de novembro.

No relatório aborda-se igualmente a movimentação de elementos do EIM pelos distritos de Eráti e Memba, na província vizinha de Nampula, relatando que "até 21 de novembro, já haviam realizado 13 ataques contra comunidades civis nos dois distritos e matado pelo menos 21 civis", movendo-se em "pelo menos três grupos".

"A atividade do EIM na província de Nampula atingiu o seu ponto mais alto em novembro, com 16 eventos nas primeiras três semanas do mês e a maior taxa mensal de mortalidade desde o início da insurgência. 

Novembro é o terceiro mês consecutivo em que o EIM tem estado ativo no norte de Nampula, marcando a atividade mais sustentada na província desde o início da insurgência", acrescenta a ACLED.

A organização admite que estas "repetidas incursões" sugerem que o grupo "pode estar a procurar reforçar as ligações existentes na área, possivelmente com vista a reforçar as rotas de abastecimento para recrutas e mercadorias".

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