Moçambique. Poder central admite fragilidades da polícia

por Lusa

Um representante do Governo moçambicano disse hoje que o alastramento de ataques armados de Cabo Delgado para Nampula demonstram fragilidades da polícia no norte do país.

"Os recentes ataques à província de Nampula deixam a descoberto as nossas fragilidades", disse Victor Canhemba, secretário permanente do Ministério do interior, na abertura de uma reunião de coordenação da polícia moçambicana em Palma, vila dos projetos de gás.

Em causa estão "a eficiência do sistema de planificação tático operativo" e do "serviço de inteligência policial", ou seja, recolha de informação no terreno.

O representante do poder central disse ainda que é necessário rever "a estratégia de formação e capacitação operacionais, bem como a eficácia da logística".

Quadros do Ministério do Interior moçambicano estão em Palma para, durante três dias, se reunirem no 23.º Conselho Coordenador da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Trata-se da principal reunião das hierarquias de segurança a decorrer na zona, depois do ataque de março de 2021, que levou à suspensão das obras dos projetos de gás.

A província de Cabo Delgado tem sido aterrorizada desde 2017 por uma violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, como Palma e Mocímboa da Praia, mas surgiram novas vagas de violência a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o ACNUR, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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