Moçambique quer estradas "livres de sangue" após 662 mortos em acidentes
Pelo menos 662 pessoas morreram e outras 1.227 ficaram feridas em mais de 400 acidentes de viação registados desde janeiro em Moçambique, anunciou hoje a primeira-ministra, pedindo colaboração para se garantir "estradas livres de sangue".
"De janeiro (...) foram lamentavelmente registadas 662 mortes, 466 feridos graves e 761 ligeiros, em resultado da ocorrência de 488 acidentes de aviação em diversas estradas do nosso país", disse Benvida Levi, durante prestação de informações aos deputados, no parlamento moçambicano.
Segundo a governante, as estatísticas apontam para o desrespeito das regras de trânsito, excesso de velocidade, ultrapassagem irregular, condução sob efeito de álcool ou substâncias psicotrópicas como as principais causas dos acidentes de viação.
Levi avançou que decorrem "várias ações" para fazer face à sinistralidade rodoviária, entre as quais a intensificação da fiscalização e inspeção rodoviária, o reforço de campanhas de sensibilização, revisão do Código de Estrada e do regulamento do transporte em veículos automóveis e reboques, visando "melhorar cada vez mais a segurança e o conforto nos transportes de passageiros e mercadorias" e tornar as "estradas livres de sangue".
"Para que as medidas em curso tenham o impacto desejado, cada um de nós deve promover ações educativas, de sensibilização e de respeito pelas normas e regras de trânsito. Só assim poderemos ter as nossas estradas livres de sangue e torná-las mais seguras", concluiu a primeira-ministra.
O ministro dos Transportes e Logística disse, na segunda-feira, que os acidentes de viação em Moçambique são mais mortíferos do que qualquer doença, pedindo maior fiscalização e observância das regras de trânsito.
"Os acidentes, hoje em dia, estão a matar mais do que qualquer doença de saúde pública que nós temos no país e isso preocupa-nos, porque achamos que podemos evitar. Portanto, estamos a ter prejuízos económicos bastantes grandes", disse João Matlombe.
Só em agosto, pelo menos 87 pessoas morreram em Moçambique vítimas de 48 acidentes de viação, avançou o ministro do Interior, admitindo preocupação face à elevada sinistralidade rodoviária e pedindo maior responsabilidade dos agentes de trânsito na fiscalização.
O Governo moçambicano anunciou em setembro o estabelecimento de pontos de descanso obrigatórios para condutores a cada 300 quilómetros e o revezamento de motoristas de longo curso como parte das medidas para travar os acidentes de viação.