Moção de censura: Rajoy não convoca eleições

por RTP
Imagem de arquivo Reuters

O primeiro-ministro espanhol, que enfrenta uma moção de censura apresentada pelo PSOE, afirmou ao início da tarde que não vai convocar eleições antecipadas. Mariano Rajoy defende que as legislaturas devem durar quatro anos e acusa Pedro Sánchez de querer ser “presidente do Governo a qualquer preço”.

Numa conferência de imprensa no Palácio da Moncloa, Mariano Rajoy afirmou que Espanha necessita de estabilidade política para acompanhar a forte recuperação económica.

“A moção de censura vai contra a estabilidade política de que o país precisa e vai contra a recuperação económica. É má para Espanha”, sublinhou.

“Sou a favor de legislaturas de quatro anos, portanto as moções de censura obedecem aos interesses partidários. Eu quero que a legislatura dure o que a Constituição estabelece. Defendo os interesses dos espanhóis”, acrescentou.

Para Rajoy o único objetivo da moção de censura apresentada pelo PSOE “é tornar o seu líder presidente do Governo a qualquer preço e com o apoio de qualquer um” e acrescenta que Pedro Sánchez “carece de autoridade moral”.

“É a desculpa para os problemas do Sr. Sánchez, que regressa à velha fórmula de formar governo com qualquer um que lhe de votos. Vamos acabar a vê-lo concordar com o sr. Puigdemont”, acusou.

Segundo Mariano Rajoy o atual Governo “tem alguma credibilidade porque encontrou Espanha à beira da falência” e fez a economia crescer “mais de três por cento nos últimos três anos”.
Se o PSOE, que já conta com o apoio do Podemos, tiver também os votos dos partidos nacionalistas e independentistas, pode destituir automaticamente Mariano Rajoy, apresentando Pedro Sánchez como candidato alternativo.
PSOE avança com moção de censura
A moção de censura já foi registada no Congresso dos Deputados. Para que seja aprovada é preciso que pelo menos 176 deputados votem a favor.

A moção acontece depois da condenação judicial de vários dirigentes do PP, partido no poder, num caso de corrupção. O tribunal espanhol aplicou penas elevadas a uma série de políticos e empresários envolvidos num caso de corrupção que ajudou a financiar o Partido Popular entre 1999 e 2005.

Em causa está a sentença conhecida quinta-feira do mega julgamento do denominado caso "Gürtel", em que o próprio partido Popular foi condenado a uma multa de 240 mil euros e vários dirigentes, entre eles um antigo tesoureiro do PP, Luis Barcenas, condenados a penas superiores a 30 anos de prisão.

Esta é a quarta moção de censura na história da democracia espanhola.

Rajoy passou por uma o ano passado, apresentada pelo Podemos, que acabou por fracassar.

Também Adolfo Suarez em 1980 e Felipe Gonzaléz em 1987 tinham passado por moções de censura no Congresso dos Deputados, mas todas falharam.
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