Monges apedrejam polícias diante da embaixada do Vietname

Phnom Penh, 17 Dez (Lusa) - Cerca de 50 monges budistas apedrejaram hoje a polícia, em Phnom Penh, após terem sido impedidos de entregar uma carta na embaixada do Vietname no Cambodja reclamando a libertação de um monge naquele país.

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Os monges, pertencentes à etnia kampuchea kron, do Delta do Mekong, sentaram-se pacificamente diante da embaixada em Phnom Penh, quando funcionários consulares lhes negaram a entrada.

A chegada de cerca de 60 polícias anti-distúrbios que, segundo alguns testemunhos, maltrataram os monges, foi por estes respondida com o lançamento de pedras.

Nenhum dos monges foi detido e puseram-se em fuga a pé ou em triciclos a motor.

"Os monges só queriam entregar a petição, mas a polícia comportou-se tão mal que eles reagiram lançando objectos", disse Na Sam Ath, da organização de direitos humanos Licadho.

O activista acrescentou que é "uma vergonha que o Governo cambojano critique a Birmânia por atacar os seus monges e faça o mesmo com os monges cambojanos".

A petição que não chegou a ser entregue visava a libertação de Tim Sakhorn, um monge da etnia kampuchea kron preso no Vietname, de onde pode ser deportado se Hanói aceder ao pedido feito por Phnom Penh.

O Governo do Camboja alega que o monge foi despojado dos seus hábitos por uma "conduta sexual inapropriada", embora os grupos de direitos humano afirmem que as motivações de Phnom Penh sejam apenas políticas.

A etnia kampuchea kron é oriunda da zona do Delta do Mekong que os franceses cederam ao Vietname nas negociações da independência.

OM.

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