Morreu Betty Friedan, teórica do moderno movimento feminista

A feminista norte-americana Betty Friedan, cujo manifesto "The feminine mystique" (A mística feminina), "best-seller" nos anos 60, lançou as bases do moderno movimento feminista, morreu hoje, dia do seu octogésimo quinto aniversário.

Agência LUSA /

Segundo fonte familiar, Friedan sucumbiu a complicações cardíacas na sua residência.

Nascida em Peoria, Illinois, a 04 de Fevereiro de 1921, no seio de uma família judia, começou por frequentar círculos radicais marxistas e judeus.

Em 1963, soaram como proclamações revolucionárias aos ouvidos conservadores dos Estados Unidos ideias - defendidas em "The feminine mystique" - como a de que ter marido e filhos não era tudo na vida de uma mulher.

Em 1966, fundou e foi a primeira presidente da Organização nacional para mulheres, à frente da qual tomou posições, então acolhidas como "extremas", em matérias como o aborto, actividade laboral (trabalho igual salário igual), licença de parto, oportunidades iguais para homens e mulheres, entre outras.

Fundou também, em 1968, a Conferência nacional de rejeição das leis sobre o aborto, que se transformaria depois na Liga nacional de acção pelo direito ao aborto.

Opondo-se sempre à tese que colocava o feminismo e o lesbianismo no mesmo plano, Betty Friedan admitiria mais tarde ter sido sempre um tanto "rígida" em relação à homossexualidade.

Este não foi, no entanto, obstáculo a que aprovasse, na Conferência nacional das mulheres realizada em 1977, em Houston, uma resolução destinada a proteger os direitos das lésbicas, Deu aulas em várias universidades e participou activamente, em vários pontos do globo, em conferências sobre os direitos das mulheres, actividade que a consagrou como uma das mais influentes feministas do século XX.

Além de "The feminine mystique", a sua obra mais conhecida, escreveu ainda "The second stage", "It changed my life: writings on the women`s movement" e "The fountain of age".

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