Morreu detective que encontrou Ronald Biggs, o "ladrão do século"
O detective britânico Jack Slipper, que encontrou no Brasil o rasto de Ronald Biggs, o cérebro do "ataque ao comboio correio" em 1963, morreu hoje com 81 anos, vítima de doença prolongada, informou fonte policial.
A 08 de Agosto de 1963, um grupo de 15 elementos interceptou o comboio Glasgow-Londres e perpetrou um assalto, levando 2,3 milhões de libras da época (cerca de 60 milhões de euros actuais), que nunca foram encontradas.
Os participantes no roubo - o maior registado até então -, foram detidos de imediato, à excepção de Ronald Biggs.
Depois de passar por vários países com identidades falsas, Biggs refugiou-se no Rio de Janeiro (Brasil), onde foi descoberto por um jornalista britânico em 1974, que revelou o seu paradeiro à Scotland Yard.
Nesse mesmo ano, e após 11 anos de perseguição, Jack Slipper viajou para o Brasil onde encontrou Biggs, mas este último escapou à extradição durante cerca de 36 anos por ter tido um filho com a bailarina brasileira Raimunda de Castro.
Doente, o "ilustre" ladrão regressou finalmente a Inglaterra em 2001, uma vez que desejava terminar os seus dias no país natal, acabando por ser detido pelas autoridades britânicas.
Além da detenção do "ladrão do século", outras das vitórias alcançadas pelo detective britânico foi ter apresentado à justiça os assassinos de três polícias em 1996, graças ao seu conhecimento do mundo do crime de Londres.
No início dos anos 1970, Slipper encabeçou a investigação de um roubo ao Banco da América, no qual os ladrões levaram mais de 14 milhões de dólares (11,4 milhões de euros).
A propósito da morte do detective, um antigo colega, Mike McAdam, disse hoje que "a Scotland Yard tem uma reputação em todo o mundo e o nome de Jack Slipper, o 'Slipper da Yard', como era conhecido, é sinónimo de Scotland Yard".
O funeral de Slipper, 57 anos, está marcado para a próxima semana.