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Morreu Manuel Noriega, antigo ditador do Panamá

por RTP
Reuters

O antigo ditador do Panamá Manuel Noriega, que estava hospitalizado desde março na sequência de um tumor cerebral, morreu esta madrugada, aos 83 anos, confirmou o Governo e fontes hospitalares.

"O senhor Noriega morreu esta noite", declarou o secretário de Estado da Comunicação do Panamá, Manuel Doninguez, à agência noticiosa francesa AFP.

Manuel Noriega foi operado, a 7 de março, a um tumor benigno no cérebro no hospital público de Santo Tomás, o maior do país. Na sequência da cirurgia, sofreu uma hemorragia cerebral e ficou em estado crítico, tendo sido colocado na unidade de cuidados intensivos.

Manuel Noriega, que esteve na prisão por corrupção e assassínio de opositores durante o seu regime (entre 1983 e 1989), foi transferido para prisão domiciliária a 29 de janeiro para se preparar para a operação, que estava inicialmente prevista para fevereiro.

A sua família pediu, por diversas vezes, em vão, para que ficasse a cumprir a pena em casa - de forma permanente e não temporária -, dado que sofreu uma série de hemorragias cerebrais e complicações pulmonares, além de padecer de um cancro da próstata e depressão.

Após a notícia da morte do antigo ditador, o atual Presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, escreveu no Twitter que fica encerrado um "capítulo" da história do país, e que as filhas e familiares merecem "um funeral em paz".


 

Ditadura durou até 1989

Nascido na Cidade do Panamá a 11 de fevereiro de 1934, Noriega foi o homem forte do Panamá de 1983 e 1989, durante o período da Guerra Fria, Noriega colaborou de perto com a CIA e foi um aliado importante dos EUA. Seria no entanto deposto, precisamente durante uma invasão desencadeada pelo exército norte-americana, a 20 de novembro de 1989, em que morreram cerca de 500 pessoas.

Manuel Noriega foi extraditado para o Panamá em 11 de dezembro de 2011, após mais de 20 anos de prisão nos Estados Unidos e em França por tráfico de droga e lavagem de dinheiro.

Desde então, Noriega, que pediu perdão pelas atrocidades cometidas durante os anos em que esteve no poder em junho de 2015, cumpria três penas de 20 anos de cadeia pelo desaparecimento de dois opositores e pela repressão sangrenta de militares que o tentaram depor.

A BBC lembra que uma subcomissão do Senado norte-americano chegou a definir a relação dos Estados Unidos com Noriega como uma das falhas mais graves da política externa do país.

c/ Lusa

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