Mortágua vê ataque de Israel em Doha como estratégia para "desviar atenções da flotilha e de Gaza"

Mariana Mortágua interpreta o ataque à flotilha humanitária que pretende chegar a Gaza como "uma estratégia de intimidação" de Israel. A coordenadora do Bloco de Esquerda critica a Comissão Europeia por ter desencorajado estas missões e diz que estão a fazer "aquilo que os governos deviam estar a fazer".

Mariana Ribeiro Soares - RTP /
Em entrevista ao jornal 2, Mariana Mortágua condenou o ataque desta terça-feira à flotilha que pretende chegar a Gaza, interpretando-o como uma "estratégia de intimidação".

"É uma estratégia de intimidação e serve para desviar as atenções do que se está a passar em Gaza", disse a coordenadora dos bloquistas, acrescentando que o ataque desta terça-feira contra líderes do Hamas em Doha, no Catar, "também servem para desviar atenções da flotilha e do que se está a passar em Gaza".

Mortágua, que segue a bordo da embarcação, criticou ainda a Comissão Europeia por ter desencorajado iniciativas como flotilhas humanitárias, argumentando que "podem contribuir para escalar a situação".

"Não compreendo como é que ajuda humanitária pode escalar esta situação", disse. "Estamos a fazer aquilo que os governos deviam estar a fazer", acrescentou-

Mariana Mortágua instou ainda Bruxelas e o Estado português a "tomarem uma posição". "Têm de escolher se estão ao lado de um Estado genocida ou ao lado dos direitos humanos e da lei internacional", asseverou.

A Flotilha Global Sumud, com bandeira portuguesa, zarpou no domingo de Barcelona. Ativistas afirmaram que um drone atacou uma das embarcações ao largo da Tunísia. A bordo estava um dos três portugueses que participam na missão.

Apesar deste ataque, Mortágua garante que não vão desistir. "Nada nos fará desistir. Não cedemos a estratégias de intimidação", garantiu.
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