Moscovo rejeita acusações sobre envenenamento de ex-espião mas abre a porta a cooperação com Londres
A Rússia negou esta quarta-feira qualquer relação com o envenenamento do antigo agente secreto russo Sergei Skripal e a sua filha com um gás nervoso, sublinhando que não admite a Londres uma acusação sem apresentação de provas concretas. Deixando sem resposta o ultimato das autoridades britânicas para apresentar explicações sobre o caso, Moscovo abriu contudo a porta à cooperação nas investigações deste dossier.
Dmitry Peskov acrescenta que a acusação britânica carece tanto de provas como de fundamento. Deixa entretanto a porta aberta a uma cooperação com as autoridades britânicas na investigação deste episódio, mas com uma advertência: o avanço dos ingleses na tomada de medidas contra interesses russos abortaria qualquer cenário de cooperação das autoridades russas.
Fica desta forma sem resposta o ultimato da primeira-ministra Theresa May, que dera até final da noite de terça-feira para que o Kremlin fornecesse explicações sobre o caso, deixando antever a possibilidade de um agravamento das sanções impostas contra cidadãos russos na altura do capítulo Alexander Litvinenko, o espião russo mortalmente envenenado em 2006 com Polónio-210.
O embaixador russo em Londres, Alexander Yakovenko, foi convocado para fornecer essas explicações, mas a resposta de Moscovo já estava dada: nada temos a ver com o assunto. Investiguem primeiro e depois falamos sobre isso, desafiou o próprio presidente russo, Vladimir Putin.
May tem portanto pouco material para trabalhar, ela que disse no Parlamento que esta quarta-feira a sua equipa iria “analisar ao detalhe a resposta dada pelo Estado russo”.
Há entretanto um detalhe avançado pela agência russa Interfax: a embaixada russa em Londres está a ponderar requerer acesso consular a Julia Skripal, a filha de 33 anos do espião que foi envenenada juntamente com o pai.
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