"Muito alarmante". Médio Oriente domina telefonema de parabéns de Putin a Trump

por Graça Andrade Ramos - RTP
Reuters

O presidente russo Vladimir Putin felicitou ao telefone o homólogo norte-americano, Donald Trump, pelo seu aniversário. Trump completa 79 anos este sábado. O telefonema acabou por ser dominado pelo agravamento das tensões no Médio Oriente.

De acordo com o Kremlin, citado pelas agências noticiosas russas, Trump reconheceu que considera a atual situação no Médio Oriente, "muito alarmante", depois dos ataques surpresa de Israel contra o Irão, esta sexta-feira. O presidente dos Estados Unidos, o maior apoiante de Israel e do seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, já reconheceu contudo que havia sido informado da operação militar israelita que estava a ser preparada há vários meses. 

Os militares norte-americanos auxiliaram ainda Israel a defletir os mísseis e drones lançados pelo Irão em resposta ao ataque, sexta-feira.

Apesar de Teerão já ter afirmado que os ataques israelitas esvaziaram as negociações em curso com os Estados Unidos, sobre o programa nuclear de Teerão, e de Omã ter anunciado que a ronda de conversações prevista para este domingo não se irá realizar, Trump garantiu a Putin que os esforços para tentar chegar a acordo irão prosseguir.

De acordo com o conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, citado pelas agências, Putin condenou os ataques israelitas ao Irão. Os dois líderes não descartaram a possibilidade de voltar a discutir o programa nuclear iraniano.

Ushakov foi também citado dizendo que Putin confirmou a disponibilidade da Rússia para prosseguir as negociações com a Ucrânia.

As agências citaram Ushakov dizendo que os dois presidentes conversaram durante cerca de 50 minutos. Descreveu a conversa como significativa e útil.

A Casa Branca confirmou depois o teor do telefonema, com  Donald Trump a reagir também pessoalmente. 

"O Presidente Putin telefonou esta manhã para me desejar um feliz aniversário, mas, mais importante, para falar sobre o Irão, um país que ele conhece muito bem. Falámos longamente", lê-se no comunicado de Trump, acrescentando:

"Ele acredita, tal como eu, que esta guerra entre Israel e o Irão tem de acabar, e eu expliquei que a sua guerra também tem de acabar." escreveu o presidente norte-americano.
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