Multidão espera Bolsonaro em Copacabana para comemorar a independência e defender a reeleição

Milhares de apoiantes do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, concentram-se desde o início da manhã na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, num ato em comemoração dos 200 anos da independência do Brasil marcado por um forte tom eleitoral.

Lusa /

A data cívica que marca os 200 anos da separação do Brasil de Portugal transformou o Rio de Janeiro numa grande palco da campanha eleitoral de Bolsonaro, que desde a primeira eleição defende lemas conservadores como `Deus, Pátria e da família`, e que hoje estão a ser reforçadas pelos seus apoiantes em Copacabana.

Vestidos predominantemente com camisolas nas cores verde e amarelo (as cores da bandeira do Brasil), milhares de seguidores aguardam Bolsonaro em Copacabana, que deverá chegar ao local por volta das 15:00 (horário local, mais quatro horas em Lisboa) de moto e onde deverá fazer um discurso.

Sentada numa cadeira de praia em frente a um camião de som, Neusa Maria Pereira dos Santos, 64 anos, contou à Lusa que chegou por volta das 08:00, horas antes da participação do Presidente brasileiro, que de manhã compareceu num desfile militar em Brasília com outras autoridades, como o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

"Eu vim aqui para comemorar a nossa independência, os 200 anos da nossa independência e honrar o nosso Presidente porque ele foi um dos melhores Presidentes que tivemos, que luta, é patriota e gosta de seu povo (...) Nós aqui estamos para apoiar a sua reeleição", disse.

Assim como outros brasileiros que apoiam Bolsonaro, Neusa Maria Pereira dos Santos afirmou que votará no atual governante porque é contra a corrupção e, embora algumas denúncias pesem contra a família e aliados de Bolsonaro, a mulher acredita que tais alegações não são verdadeiras.

"Nada melhor do que na data em que comemoramos a independência do Brasil comemorar a independência da corrupção que já passou e corroeu o nosso país", defendeu João Lima, de 72 anos, em Copacabana ao ser questionado sobre a razão da sua participação neste ato de apoio a Bolsonaro.

"Graças a um Governo que trabalha com honestidade, um Governo que produz, um Governo que não compactua com a corrupção, estamos comemorando a nossa independência da corrupção (...) O nosso Exército, as Forças Armadas participando aqui neste ato de comemoração da independência e acho que o Bolsonaro, capitão do Exército que foi, honra a patente e com certeza não vai se corromper", completou.

As comemorações do bicentenário da independência do Brasil acontecem quando está em curso a campanha oficial para as eleições presidenciais brasileiras de 02 de outubro, com uma eventual segunda volta em 30 de outubro, às quais são candidatos, entre outros, Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Neste ano, o tradicional desfile no centro do Rio de Janeiro foi cancelado e, a pedido do chefe de Estado brasileiro, militares realizarão uma série de atos em Copacabana tais como apresentação da banda do Exército, salva de tiros de canhão, um desfile naval e uma apresentação aérea com a esquadrilha da fumaça.

Esperançoso com o futuro e encantado com o evento cívico militar, Gilson Cabral Mendonça Filho, 55 anos, explicou que chegou à praia de Copacabana pelas 07:00 para lutar por "um Brasil melhor".

"Hoje estamos comemorando a nossa independência e um Brasil melhor para os nossos filhos" declarou.

"Nós somos nacionalistas e queremos um Brasil melhor, a nossa pátria, família, as crianças e um futuro melhor para nosso país", completou o apoiante do atual Governo.

Já Naara Ferreira Dias, de 24 anos, viajou com a família e o namorado de Minas Gerais até ao Rio de Janeiro par apoiar o Governo no que descreveu como "uma data importante para o Brasil", na qual "ninguém melhor do que o Presidente Bolsonaro" para defender a liberdade.

"Espero um país com liberdade de expressão, a gente poder ser quem a gente é, mulheres, todos os géneros (...) Acredito que o Governo Bolsonaro teve vários pontos positivos", concluiu.

Apoiantes do Presidente brasileiro disseram que esperam um discurso patriótico de Bolsonaro em Copacabana e confiam que ele deverá conquistar o apoio de mulheres e indecisos para atenuar a sua taxa de rejeição que, a menos de um mês do seu `embate` eleitoral com Lula da Silva, se situa nos 52%.

Segundo a média das sondagens divulgadas no Brasil, Lula da Silva lidera a corrida presidencial com mais de 44% das intenções de voto, seguido de Bolsonaro que tem mais de 30% do apoio até ao momento.

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