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Myanmar. Drones matam civis com tecnologia europeia
O exército de Myanmar está a usar tecnologia europeia avançada para proteger a frota de drones utilizados em ataques aéreos. Os militares (no poder desde o golpe militar de 2021) têm sido amplamente condenado pelos ataques indiscriminados contra civis.
Um relatório da Conflict Armament Research (CAR), divulgado pelo Guardian, denuncia que esta tecnologia fabricada na Europa tem chegado a Myanmar através de uma empresa chinesa.
A antiga Birmânia está sujeita a um embargo de armas da UE desde o início da década de 1990. As sanções foram alargadas em 2018 por causa dos abusos militares contra as minorias, incluindo os rohingya. Em 2021, a União Europeia impos mais restrições após o golpe militar.
No entanto, grupos de Direitos Humanos afirmam que as sanções não são suficientemente abrangentes. Para além de afirmarem que as medidas não são iguais em toda a UE, uma vez que a aplicação cabe a cada Estado-membro individualmente.
O relatório da Conflict Armament Research (CAR) denuncia os esforços da Junta Militar para transformar drones em armas.
Myanmar tem sido assolada por conflitos desde que os militares tomaram o poder num golpe de Estado em 2021. O golpe provocou resistência armada em várias regiões do pais e grupos armados étnicos conseguiram assumir o controlo de vastas áreas de Mianmar.
Poderá Bruxelas alegar que não sabia? Pode, mas os investigadores da CAR afirmam que a localização da empresa chinesa, na fronteira com Myanmar, onde tem havido escalada do conflito, poderia ter sido um sinal de alerta.
Myanmar é um país rico em pedras preciosas e outros minerais raros vendidos, sobretudo, à vizinha China para financiar a guerra civil na qual grupos armados pró-democracia, ao lado de antigos grupos armados étnicos, combatem o Exército.
Dados de 2023 da ONU mostram que Mianmar tem 54 milhões habitantes, sendo o 26.º país mais populoso do mundo.