Myanmar. Libertado jornalista japonês detido pela junta militar

por Lusa
O jornalista japonês foi libertado e poderá chegar ainda esta sexta-feira ao Japão Reuters

A junta militar em Myanmar (antiga Birmânia) libertou o jornalista japonês que estava detido sob a acusação de espalhar "notícias falsas" na cobertura de protestos contra o golpe de Estado, anunciou o governo japonês.

As autoridades nipónicas esperam que o jornalista seja deportado em breve.

O repórter freelance Yuki Kitazumi, 45 anos, foi detido no seu apartamento em Rangum a 18 de abril e enfrentava uma possível pena de prisão até três anos por alegados crimes de espalhar "notícias falsas" e por apoiar o movimento de desobediência civil contra o golpe militar, mas as autoridades anunciaram que as acusações foram retiradas.

"Temos estado a trabalhar ativamente através de vários canais e a vários níveis com Myanmar para que fosse libertado o mais rapidamente possível. Como resultado, as autoridades birmanesas anunciaram a retirada das acusações e a sua libertação", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Toshimitsu Motegi, durante uma comissão parlamentar.

A embaixada japonesa em Rangum está a ajudar no seu regresso ao Japão, acrescentou Motegi, observando que "se tudo correr bem, ele poderá chegar hoje".

O jornal oficial birmanês Global New Light of Myanmar noticiou que embora o jornalista japonês tivesse violado algumas leis, a decisão foi tomada "tendo em conta as relações cordiais entre a Birmânia e o Japão e tendo em vista as futuras relações bilaterais".

Motegi disse que a libertação de Kitazumi lhes tinha "custado caro" e apelou a Myanmar "para pôr imediatamente termo à violência, libertar os detidos e restaurar o sistema político democrático".

A libertação do jornalista japonês ocorre no meio de uma repressão maciça por parte da junta militar sobre os meios de comunicação independentes e a liberdade de expressão.
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