Lily Cortés, dirigente das trabalhadores sexuais de El Alto, a cidade mais pobre do país e que faz fronteira com La Paz, disse à agência EFE que se não lhes oferecerem "garantias laborais, hoje coseram os lábios, amanhã enterram-se vivas".

Mais de meia centena de prostitutas ocupou um centro médico e iniciou uma greve de fome para protestar porque o governo de Evo Morales não sanciona aqueles que na passada semana queimaram e destruiram bares e bordéis por os considerarem locais de deliquência.

Em comunicado, as mulheres pediram que os "culpados de tanta violência" não "fiquem impunes", enquanto que a polícia, em vez de as proteger, ataca-as "como criminosas".

"Exigimos justiça e respeito, a nossa dignidade não pode ser atropelada", adianta o comunicado.

As prostitutas também escreveram cartazes com sangue onde se lê: "queremos trabalhar" e "temos direito à educação dos nossos filhos".

No local do protesto, algumas mulheres compareceram com os filhos, o mais velho deles com 7 anos.