Na China conflitos étnicos no país são de origem "económica"

A China comunista qualificou hoje como conflitos de raiz económica as tensões e confrontos vividos no Tibete e Xinjiang e disse que as actividades separatistas nestas regiões não têm apoio da população local.

Agência LUSA /

Para aumentar a harmonia social nas regiões onde vivem as 55 minorias chinesas, concentradas nas áreas mais pobres do país, o governo declarou que vai "aumentar o desenvolvimento económico" e reforçar a educação sobre "igualdade e unidade" étnica.

"Por vezes há conflitos e confrontos entre as diferentes etnias chinesa", admitiu o vice-ministro para os Assuntos Étnicos da China, Wu Shimin, em conferência de imprensa.

"Podemos dizer que este é um conflito económico, ou seja, há minorias que desejam desenvolver-se mais rápido", acrescentou o vice- ministro, no dia em que o governo publicou o primeiro livro branco sobre as políticas para as minorias.

Apesar de corresponderem a oito por cento dos 1,3 mil milhões de chineses, as minorias étnicas estão em vantagem em relação aos han, designação dada à etnia dos restantes 92 por cento de chineses, em regiões como o Tibete ou Xinjiang.

O vice-ministro declarou que a China unificada tem sido "a tendência principal" desde que o antigo Império do Meio foi criado há 22 séculos atrás, desvalorizando desejos de maior autonomia vindos do Tecto do Mundo ou da "província muçulmana chinesa".

"Estes movimentos separatistas vão contra a história da China, desrespeitam a lei chinesa e o desejo comum do povo chinês", declarou Wu, referindo a exemplo o Movimento de Independência do Turquistão Oriental, que lutam pela autonomia de Xinjiang e o caso do Tibete.

Além deste "muito pequeno número de pessoas" que deseja por uma maior autonomia, o vice-ministro diz que o convívio entre as diferentes etnias chinesas "é muito bom", devido ao empenho de Pequim em criar mais oportunidades de desenvolvimento para as minorias.

"Devido à grande valorização do problema das minorias pelo governo e os resultados do desenvolvimento económico nas últimas duas décadas, em todo o país, seja no Tibete ou Xinjiang, o convívio entre as etnias é muito bom", referiu.

"As minorias estão todas envolvidas no projecto de desenvolver o país", assinalou Wu.

O vice-ministro referiu que, a par com o desenvolvimento económico, o governo vai continuar a apostar na preservação do rico e diverso património cultural das minorias.

Entre as 55 minorias chinesas, 22 têm uma população inferior a 100.000 pessoas, 53 um idioma próprio e muitas também possuem a sua escrita distinta e medicina particular.

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