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Narcotráfico. Oposição venezuelana apoia presença dos EUA nas Caraíbas

Edmundo González Urrutia e María Corina Machado, os principais líderes da oposição venezuelana, anunciaram esta segunda-feira apoio ao destacamento militar dos Estados Unidos na região das Caríbas contra o tráfico de droga. O governo de Nicolás Maduro já reagiu, considerando a presença norte-americana como uma "ameaça".

Carla Quirino - RTP /
Enea Lebrun - Reuters

Depois de as eleições presidenciais de 2024 terem sido classificadas como fraudulentas pela oposição, as perseguições dirigidas aos líderes dos partidos "perdedores" expuseram a ditadura de Nicolás Maduro à crítica da comunidade internacional.

A somar ao autoritarismo, o regime venezuelano continuou a enfrentar múltiplas crises, incluindo alegações de crimes contra a humanidade, exílio em massa de cidadãos, colapso económico, acusações de promoção do terrorismo e tráfico de droga.

É neste cenário que os Estados Unidos aproveitam para escalar a pressão sobre Caracas, ancorados na ideia de insegurança e ameaça à saúde pública dos norte-americanos, a enfrentarem uma séria crise de fentanil.
Maduro com cabeça a prémio
O Departameto norte-americano de Controlo de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro sancionou o Cartel dos Sóis como um grupo terrorista global, acrescentando que era liderado pelo presidente Maduro.

Inclusive, na tentativa de levar o presidente Maduro à justiça, a 7 de agosto, o Departamento de Estado e o Departamento de Justiça anunciaram “um aumento da recompensa de até 50 milhões de dólares para informações que levem à prisão e/ou condenação de Nicolás Maduro por violar as leis de narcóticos dos EUA”. É a maior recompensa já oferecida pelas autoridades norte-americanas.

A procuradora-geral Pam Bondi classificou o presidente Maduro como “um dos maiores narcotraficantes do mundo”.

O presidente venezuelano, que rejeita estas acusações, pediu ao seu homólogo dos EUA, numa carta divulgada no domingo, que “preservasse a paz através do diálogo”.
A favor das operações militares dos EUA

Neste contexto, o ex-candidato presidencial Edmundo Gonzalez Urrutia anunciou num vídeo conjunto com a líder da oposição Maria Corina Machado que apoia uma forte implantação naval dos EUA nas Caraíbas, perto do país sul-americano, classificando a medida como urgente para a restauração da democracia.

"O povo venezuelano não tem alternativa a não ser forçar o regime a cair e restaurar o mandato popular e soberano", disse Gonzalez, que foi exilado para a Espanha por um ano após um mandado de prisão emitido contra si.

"O cerco anti-narcótico do Mar das Caraíbas, liderado pelos Estados Unidos, constitui uma medida necessária para desmantelar a estrutura criminosa que continua a ser o único obstáculo para o restabelecimento da soberania popular na Venezuela", argumentou o ex-candidato presidencial no vídeo conjunto.

Machado, que vive escondida e é acusada de conspirar contra o regime de Maduro, também falou no vídeo: “Temos muito pouco tempo para que os venezuelanos recuperem sua soberania e a sua democracia. Estamos prontos para assumir as rédeas do novo Governo”, acentuou.

Há cerca de um mês, os Estados Unidos colocaram oito navios e um submarino no Mar das Caraíbas e alegam que pelo menos três barcos "traficantes de drogas" venezuelanos foram entretanto destruídos, matando 14 pessoas.
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