Naufrágio no Iémen faz dezenas de mortos

O barco naufragou no Golfo de Áden, no domingo, com 157 pessoas a bordo. Há 12 sobreviventes e, até agora, 68 mortos confirmados. As autoridades acreditam, contudo, que o número de vítimas vai continuar a subir, uma vez que os 74 desaparecidos estão presumivelmente mortos.

Inês Moreira Santos - RTP /
Louisa Gouliamaki - Reuters

Foi o mais recente naufrágio na costa do Iémen que vitimou dezenas de migrantes africanos que tentavam fugir de conflitos e da pobreza, rumo aos países árabes do Golfo. Na embarcação seguiam 154 passageiros etíopes, quando esta afundou no Golfo de Áden, na província de Abyan, no sul do Iémen.

“Nesta fase, 68 pessoas a bordo morreram, mas apenas 12 dos 157 passageiros puderam ser resgatados. O destino dos desaparecidos permanece desconhecido”, afirmou à comunicação social Abdusattor Esoev, chefe da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

De acordo com o responsável, 54 pessoas foram encontradas na praia no distrito de Khanfar. Num primeiro balanço, o Ministério da Saúde do Iémen indicou que tinham sido resgatados 45 corpos. Só há 12 sobreviventes e a OIM acredita que os restantes desaparecidos estão também mortos.

No mês passado, pelo menos oito pessoas morreram e 22 desapareceram depois de traficantes terem forçado migrantes a atirar-se ao mar no Mar Vermelho, segundo a agência da ONU para as migrações.

Em declarações à agência France Presse, Esoev sublinhou a importância de fortalecer as salvaguardas legais para os migrantes, para evitar que sejam explorados por contrabandistas.

"O que estamos a defender para todos os Estados-Membros é melhorar os caminhos regulares para que as pessoas possam seguir caminhos legais para migrar, em vez de serem presas ou enganadas por contrabandistas e fazerem estas viagens perigosas", disse.

Apesar do conflito que assola o Iémen desde 2014, a migração irregular através deste país pobre da Península Arábica continua, especialmente proveniente da Etiópia, ela própria abalada por violência étnica. Os migrantes são levados por contrabandistas em barcos frequentemente perigosos e superlotados através do Mar Vermelho ou do Golfo de Áden.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a rota migratória do Corno de África para o Iémen é uma das mais perigosas do mundo e serão milhares os migrantes que a cruzam todos os anos.

Em 2024, houve pelo menos três naufrágios desse tipo, nos quais 92 pessoas morreram e mais de 150 desapareceram.
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