Navio chinês acusado de disparar laser contra avião dos EUA

por RTP
Tanto a China como os EUA assinaram o Protocolo sobre Armas Laser Cegantes, que proíbe o uso de armas a laser como meio ou método de guerra John Williams - Marinha dos EUA/ Reuters

A Marinha dos Estados Unidos alegou na quinta-feira que um navio de guerra chinês lançou um laser militar contra aviões de vigilância P-8 norte-americanos enquanto estes sobrevoavam o Oceano Pacífico. Washington afirma que esta foi uma ação “insegura e não profissional”.

Os raios laser em causa, conhecidos como dazzlers, emitem um feixe de luz que pode percorrer grandes distâncias e iluminar os cockpits de aviões. Consequentemente, causam cegueira temporária aos pilotos.
“Com o tempo, assistimos à China a apreender e a militarizar ilhas no Mar da China Meridional e a modernizar rapidamente as suas Forças Armadas”, afirmou Mark Esper, secretário de Defesa dos EUA.

“Os lasers de armas podem potencialmente causar sérios danos às tripulações e marinheiros, bem como aos sistemas de navios e aviões”
, explicou a Frota do Pacífico dos Estados Unidos, em comunicado.

O incidente ocorreu numa altura em que são visíveis as constantes tensões entre os militares dos EUA e da China. O Pentágono tem vindo a dizer repetidamente que a China representa cada vez mais uma séria ameaça à segurança.

Além disso, referem que que os principais investimentos chineses nas Forças Armadas visam alcançar o domínio regional.
Incidentes com lasers chineses
Não é a primeira vez que as forças militares chinesas utilizam lasers contra aviões norte-americanos. Outro incidente ocorreu em Djibuti, na África Oriental, onde os EUA e a China mantêm bases militares.

As autoridades norte-americanas acusaram em 2018 as forças chinesas de ferirem os pilotos dos Estados Unidos com um laser disparado contra um C-130.Tanto a China como os EUA assinaram o Protocolo sobre Armas Laser Cegantes, que proíbe o uso de armas a laser como meio ou método de guerra.

“Durante um incidente, houve dois pequenos ferimentos nos olhos das tripulações que voavam no C-130, resultado da exposição a raios laser de nível militar, originários da base chinesa nas proximidades”, disseram duas patentes à CNN.

As autoridades norte-americanas referiram que o departamento de Estado tinha apresentado um protesto diplomático formal em Pequim, num esforço de convencer a China a interromper a atividade.

“Essa atividade representa uma verdadeira ameaça para os nossos pilotos”, disse Dana White, porta-voz do Pentágono.

Um relatório de 2015, publicado no Diário do Exército Popular de Libertação, observou que “a China tem vindo a atualizar as suas armas laser nos últimos anos para atender às necessidades de diferentes operações de combate”.
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