Neuralink. Empresa de Musk autorizada a testar implantes cerebrais em humanos

por Inês Moreira Santos - RTP
Reuters

Uma das empresas de Elon Musk é a Neuralink, que anuncia agora ter obtido a aprovação do regulador norte-americano para testar implantes cerebrais em seres humanos. De acordo com o multimilionário, este primeiro estudo clínico pode demonstrar que estes dispositivos médicos são capazes de contribuir para o tratamento de condições graves como paralisias ou mesmo a cegueira.

“Estamos entusiasmados em anunciar que recebemos a aprovação da FDA (Food and Drug Administration) para lançar o nosso primeiro estudo clínico em humanos”, divulgou a Neuralink, na quinta-feira à noite, através do Twitter.

Para a empresa de dispositivos médicos, a aprovação dos testes de implantes cerebrais pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos “representa um primeiro passo importante que um dia permitirá” que esta “tecnologia ajude muitas pessoas”.


A Neuralink, detida pelo magnata Elon Musk, produz dispositivos para implantar no cérebro e comunicar com computadores diretamente através do pensamento, tendo como objetivo principal ajudar pessoas com paralisias ou que têm doenças neurológicas.

Quando os implantes forem suficientemente seguros e fiáveis, garante a empresa, poderão ser utilizados e “equipar” o cérebro dos doentes com capacidade informática. Em declarações no ano passado, o agora dono do Twitter considerou que acredita que estes dispositivos deviam permitir à humanidade alcançar uma “simbiose com a inteligência artificial”.

O empresário que cofundou a Neurolink em 2016, que já mencionou anteriormente que receia que os sistemas de IA possam ultrapassar os seres humanos e assumir o controlo, já tinha anunciado, em 2019, que ia pedir aprovação às autoridades norte-americanas para iniciar os ensaios clínicos.
Riscos dos testes clínicos
A FDA rejeitou o primeiro pedido da Neuralink em 2022. Menos de um ano depois, os testes clínicos foram autorizados, mas a agência norte-americana mencionou que há alguns riscos que devem ser analisados antes de começarem os ensaios em seres humanos.

Entre as principais preocupações das autoridades destacam-se o uso de baterias de lítio nos dispositivos, a possibilidade de os fios dos implantes se alojarem dentro do cérebro e ainda a dificuldade de retirar os dispositivos com segurança e sem danificar tecido cerebral.

Contudo, a autorização da FDA acontece na mesma altura em que as autoridades norte-americanas estão a pedir que se investigue um painel que coordena testes em animais na Neuralink, por possíveis violações das leis de proteção animal.



A empresa de Musk foi já, aliás, alvo de investigações federais
.

A empresa terá matado cerca de 1.500 animais, incluindo mais de 280 ovelhas, porcos e macacos, após experiências desde 2018.
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