Uma das empresas de Elon Musk é a Neuralink, que anuncia agora ter obtido a aprovação do regulador norte-americano para testar implantes cerebrais em seres humanos. De acordo com o multimilionário, este primeiro estudo clínico pode demonstrar que estes dispositivos médicos são capazes de contribuir para o tratamento de condições graves como paralisias ou mesmo a cegueira.
Neuralink. Empresa de Musk autorizada a testar implantes cerebrais em humanos
Para a empresa de dispositivos médicos, a aprovação dos testes de implantes cerebrais pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos “representa um primeiro passo importante que um dia permitirá” que esta “tecnologia ajude muitas pessoas”.
We are excited to share that we have received the FDA’s approval to launch our first-in-human clinical study!
— Neuralink (@neuralink) May 25, 2023
This is the result of incredible work by the Neuralink team in close collaboration with the FDA and represents an important first step that will one day allow our…
A Neuralink, detida pelo magnata Elon Musk, produz dispositivos para implantar no cérebro e comunicar com computadores diretamente através do pensamento, tendo como objetivo principal ajudar pessoas com paralisias ou que têm doenças neurológicas.
Quando os implantes forem suficientemente seguros e fiáveis, garante a empresa, poderão ser utilizados e “equipar” o cérebro dos doentes com capacidade informática. Em declarações no ano passado, o agora dono do Twitter considerou que acredita que estes dispositivos deviam permitir à humanidade alcançar uma “simbiose com a inteligência artificial”.
O empresário que cofundou a Neurolink em 2016, que já mencionou anteriormente que receia que os sistemas de IA possam ultrapassar os seres humanos e assumir o controlo, já tinha anunciado, em 2019, que ia pedir aprovação às autoridades norte-americanas para iniciar os ensaios clínicos.
Riscos dos testes clínicos
A FDA rejeitou o primeiro pedido da Neuralink em 2022. Menos de um ano depois, os testes clínicos foram autorizados, mas a agência norte-americana mencionou que há alguns riscos que devem ser analisados antes de começarem os ensaios em seres humanos.
Entre as principais preocupações das autoridades destacam-se o uso de baterias de lítio nos dispositivos, a possibilidade de os fios dos implantes se alojarem dentro do cérebro e ainda a dificuldade de retirar os dispositivos com segurança e sem danificar tecido cerebral.
Contudo, a autorização da FDA acontece na mesma altura em que as autoridades norte-americanas estão a pedir que se investigue um painel que coordena testes em animais na Neuralink, por possíveis violações das leis de proteção animal.
A empresa de Musk foi já, aliás, alvo de investigações federais.
A empresa terá matado cerca de 1.500 animais, incluindo mais de 280 ovelhas, porcos e macacos, após experiências desde 2018.