New York Times defende o seu patriotismo

O New York Times, atacado pelos republicanos por ter revelado a existência de um programa governamental de espionagem, respondeu hoje vigorosamente à administração Bush, acusando-a de utilizar a luta contra o terrorismo para reforçar as suas prerrogativas.

Agência LUSA /

Num editorial intitulado "o patriotismo e a imprensa", o prestigiado diário defende a sua escolha de revelar a existência de um programa de espionagem bancária destinada a seguir os movimentos financeiros de terroristas. Desde a saída do artigo, sexta-feira, o jornal é acusado pelos republicanos de atentar contra a segurança nacional e de antipatriotismo.

Hoje, o jornal sublinha que o artigo "nada tem a ver contra qualquer atentado à segurança que consistiria por exemplo em revelar a posição das tropas, o que comprometeria claramente a segurança imediata de indivíduos. Os grupos terroristas seriam verdadeiramente crédulos se não se imaginassem vigiados quando transferem fundos via transferências internacionais".

Explicando as razões da sua publicação, o editorial põe em causa uma "tendência alarmante" no seio do governo.

"Desde o 11 de Setembro, a administração Bush aproveitou a necessidade de aumentar a vigilância contra o terrorismo e fez disso um argumento a favor de um poder executivo extraordinariamente poderoso, isento dos controlos e contra-poderes habituais da nosso sistema de governo", salienta o jornal.

"Os Estados Unidos comemorarão em breve o quinto aniversário da guerra contra o terrorismo. O país está disposto a travá-la por muito tempo, e o combate deve andar a par com a defesa das liberdades individuais que define a posição da América na batalha".

Esta não é a primeira controvérsia entre o New York Times e o governo. O jornal já foi censurado em Dezembro por ter revelado a existência de um programa de escutas ilegais a cidadãos norte- americanos.

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