Nobel da Economia premeia Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer pelo trabalho na "mitigação da pobreza global"

por RTP

O anúncio foi feito esta segunda-feira. Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer foram premiados com o Nobel da Economia pela sua “abordagem experimental para aliviar a pobreza global”.

Os premiados deste ano introduziram uma nova abordagem para obter respostas fiáveis sobre as melhores formas de combater a pobreza global”, revelou a Academia aquando da apresentação dos escolhidos para Nobel da Economia.
Esther Duflo já tinha recebido em 2010 a medalha John Bates Clark. O seu trabalho valeu-lhe uma nomeação para a Casa Branca, como conselheira de Barack Obama para questões de desenvolvimento.“Em apenas duas décadas, a sua abordagem experimental transformou economias em desenvolvimento, tornando-se num próspero campo de estudo”, reforçou a Academia sueca.

Abhijit Banerjee, do Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, nos Estados Unidos, nasceu em 1961, na Índia. O norte-americano Michael Kremer, da Universidade de Harvard, EUA, nasceu em 1964. A francesa Esther Duflo, nasceu em 1972. Duflo é a mais jovem vencedora a receber este Nobel, além de ser a segunda mulher a consegui-lo.


O trabalho destes três premiados passa por tentar responder a esta questão global, dividindo-a em questões mais pequenas, mais fáceis de gerir. Por exemplo, as intervenções para melhorar os resultados educacionais ou a saúde infantil. O seu trabalho mostrou que estas “pequenas” questões são respondidas de melhor forma através de experiências entre os mais afetados.

Nos anos 90, Michael Kremer e os seus colaboradores demonstraram quão poderosa esta abordagem pode ser, usando experiências no terreno para testar uma panóplia de intervenções que permitiam melhores resultados escolares no Quénia.


Abhijit Banerjee e Esther Duflo, juntando-se muitas vezes a Michael Kremer, realizaram depois estudos similares noutras áreas e noutros países. “Os seus métodos de investigação experimental dominam agora totalmente as economias em desenvolvimento”, avança a Academia.
Esther Duflo e Abhijit Banerjee têm um livro editado em Portugal: "A Economia dos Pobres - Repnsar de Modo Radical a Luta Contra a Pobreza Global", editado pela Temas e Debates / Círculo de Leitores.
As descobertas dos laureados aumentaram substancialmente a nossa capacidade de combater a pobreza, na prática. Como resultado direto dos seus estudos, mais de cinco milhões de crianças indianas têm beneficiado de programas eficientes de tutores nas escolas. Outro exemplo são os pesados subsídios para cuidados de saúde preventivos que foram introduzidos em vários países”, refere o comunicado da Academia sueca.

São apenas dois exemplos de experiências efetivas. No entanto, o comité Nobel considera que os trabalhos têm um enorme potencial para melhorar a vida de milhares de pessoas em todo o mundo.


“Um dos temas mais urgentes para a humanidade é a redução da pobreza global, em todas as suas formas. Mais de 700 milhões de pessoas ainda subsistem com salários extremamente baixos. Por ano, cerca de cinco milhões de crianças com menos de 5 anos, ainda morrem com doenças que podem ser prevenidas ou curadas com tratamentos baratos. Mais de metade das crianças no mundo ainda abandonam a escola com competências básicas”, recorda o comité do Nobel.

Os três vão partilhar o prémio de nove milhões de coroas suecas (cerca de 830.000 euros).

O Nobel da Economia é o últimos dos prémios a ser anunciado este ano.

Oficialmente conhecido como o prémio de ciências económicas do Banco da Suécia em memória de Alfred Nobel, a distinção não foi criada pelo fundador, mas é considerado como parte dos prémios Nobel.

O prémio foi criado pelo Riksbanken, o banco central sueco, em 1968, e o primeiro vencedor foi selecionado um ano depois.

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