Nova Deli. Polícia indiana prende mais de 500 pessoas por "violência sectária"

por RTP
Ponir Hossain, Reuters

A polícia indiana prendeu 514 pessoas devido aos confrontos entre hindus e muçulmanos que têm ocorrido em Nova Deli, nos últimos dias. O Governo tem enfrentado críticas internacionais por não proteger os muçulmanos minoritários.

Segundo as autoridades o número de mortos era de 35. Contudo, os media locais, citando fontes não identificadas, afirmaram que era provável que fossem mais de 40, dado a extensão da violência que começou no domingo.

“Conta-se com um aumento do número de mortos à medida que o processo de contagem continua”, referiu o chefe do departamento médico de vítimas no Hospital Guru Tej Bahadur de Deli, acrescentando que “desde o início dos confrontos, pelo menos 200 pessoas foram tratadas no hospital, a maioria por ferimentos de bala e os restantes por traumatismo”.

A segurança nas mesquitas tem vindo a ser reforçada para que não existam outros confrontos e consequentemente, mais feridos e mortos.

“Mais forças policiais foram mobilizadas para as mesquitas da área para as orações semanais de sexta-feira”, afirmou o Governo indiano.
“Não houve novos confrontos desde a manhã de quarta-feira”, finalizou.

A Organização para a Cooperação Islâmica (OIC) condenou a violência contra muçulmanos na Índia e o vandalismo contra mesquitas e propriedades de muçulmanos. Foi ainda referido que as autoridades indianas precisam de levar os impulsores da violência antimuçulmana à justiça e garantir a segurança de todos os cidadãos muçulmanos e dos lugares sagrados islâmicos.

Os confrontos iniciaram-se com uma lei de cidadania que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, introduziu em dezembro. Esta reconhece a cidadania indiana aos membros de minorias religiosas, exceto os muçulmanos. Vários críticos do Governo culparam os membros do Partido do Povo Indiano de Modi pelos confrontos.

A capital indiana tem sido o epicentro dos protestos contra esta nova lei, sendo estes episódios de violência considerados os piores que a capital viu em décadas. A onda de protestos fez entre dezembro e janeiro mais de 20 mortos em todo o país.
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