Nova ponte de Génova inaugurada dois anos depois do colapso

por Cristina Sambado - RTP
Flavio Lo Scalzo - Reuters

Menos de dois anos depois do colapso da ponte Morandi, em Génova, que provocou a morte a 43 pessoas, é esta segunda-feira inaugurada uma nova infraestrutura, com cerca de um quilómetro de comprimento, projetada pelo arquiteto Renzo Piano. Para o primeiro-ministro italiano, “é o símbolo de uma nova Itália”.

A nova ponte, que une as duas margens do rio Polcevera, recebeu o nome de Génova San Giorgio.

Mesmo em plena pandemia de Covid-19, os trabalhos de construção não pararam. E no final de abril, numa altura em que Itália era um dos países mais afetados pela atual crise sanitária, o tabuleiro central da ponte ficou concluído.

Na cerimónia de inauguração, que vai decorrer esta tarde, vão estar presentes as principais autoridades italianas, nomeadamente o Presidente da República Sergio Mattarella. A associação representativa das famílias das vítimas do colapso da ponte Morandi já revelou que não estará presente.

A nova ponte, com 1.067 metros de comprimento e 45 metros de altura, foi projetada pelo arquiteto Renzo Piano, um genovês de 82 anos, que ofereceu o projeto. A construção levou 18 meses e os trabalhos decorreram 24 horas por dia.

A construção da ponte Génova San Giorgio, que envolveu mais de 300 empresas e mais de mil trabalhadores, custou 202 milhões de euros.

A nova infraestrutura, com 19 vãos apoiados em 18 pilares, tem 17 mil toneladas de aço e 67 mil metros cúbicos de cimento.
Ponte Morandi ruiu a 14 de agosto de 2018
Na manhã de 18 de agosto de 2018, numa altura em chovia torrencialmente em Génova, a ponte Morandi ruiu, provocando a morte a 43 pessoas.
Foto: Reuters

Na altura do colapso, havia um tráfego intenso na infraestrutura.

A antiga ponte era administrada pela empresa Autostrade per l'Italia, uma subsidiária da concessionária Atlantia, que recentemente alcançou um acordo com o Governo italiano para sair do capital da empresa, que será nacionalizada após um período de dois anos.

Após o colapso, o Ministério Público de Génova abriu um inquérito para tentar esclarecer as circunstâncias do incidente e cerca de 70 pessoas, incluindo gestores da Autostrade per l’Italia, estão a ser investigadas.

A queda da ponte Morandi foi considerado um dos piores acidentes civis de Itália.
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