Novo apoio a Kiev de países bálticos e nórdicos "extremamente importante"

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirmou que o novo apoio dos países nórdicos e bálticos para compra de armamento para a Ucrânia é "extremamente importante" na fase de inverno, prometendo que os aliados continuarão os fornecimentos para ajudar o país a resistir à invasão russa.

Lusa /
AFP

A Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega e Suécia anunciaram na quinta-feira que vão financiar um novo pacote de 500 milhões de dólares (430 milhões de euros) em equipamento militar e munições para a Ucrânia, adquirido aos Estados Unidos.

Em comunicado, Rutte saudou o anúncio, salientando que "os aliados nórdicos e bálticos estão a mobilizar-se para financiar um novo pacote de equipamento militar essencial para a Ucrânia".

"Este equipamento é extremamente importante agora que a Ucrânia está a entrar nos meses de inverno, e os fornecimentos através da PURL [Lista de Necessidades Prioritárias da Ucrânia] estão a chegar ao país. Os aliados da NATO continuarão a fornecer equipamento e abastecimentos essenciais", afirmou o político neerlandês.

O anúncio surgiu na sequência do acordo assinado por Rutte e Trump na Casa Branca, a 14 de julho, pelo qual os aliados europeus e o Canadá contribuirão para o financiamento de pacotes regulares de ajuda militar à Ucrânia, cada um no valor aproximado de 500 milhões de dólares.

Estes pacotes conterão equipamento e munições identificados pela Ucrânia como "prioridades operacionais" e incluirão capacidades que os Estados Unidos podem fornecer em quantidades superiores às da Europa e Canadá.

Na última cimeira da NATO em Haia, os líderes aliados concordaram que a responsabilidade partilhada pelo apoio à Ucrânia deveria ser distribuída de forma mais equitativa.

Anteriormente, já tinham sido disponibilizados quatro pacotes - um pelos Países Baixos; outro por Dinamarca, Noruega e Suécia; outro pela Alemanha; e um quarto pelo Canadá - elevando o valor total das contribuições para 2 mil milhões de dólares (cerca de 1,7 mil milhões de euros). 

A NATO irá coordenar a entrega dos pacotes, através do comando estabelecido em Wiesbaden, na Alemanha, para disponibilizar equipamento e treino militar à Ucrânia.

Trabalhando em estreita colaboração com a Ucrânia e os Estados Unidos, o Comandante Supremo Aliado na Europa (SACEUR), Alexus Grynkewich, validará os pacotes que atendem às necessidades da Ucrânia, tais como defesa aérea, munições e outros equipamentos críticos, para entrega rápida a partir dos stocks dos EUA. 

A PURL complementa outras iniciativas em curso para apoiar a Ucrânia, como a NSATU, o Fundo Fiduciário da NATO para Kiev e o Pacote de Assistência Abrangente (CAP), bem como uma vasta gama de medidas bilaterais por parte dos aliados e países parceiros.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.   

A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).  

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.  

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais. 

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