Novo ministro da Defesa visitou local da tragédia com o avião da TAM

O ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, visitou o local do acidente do Airbus A-320 da TAM, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e encontrou-se depois com alguns familiares das vítimas.

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Jobim, que se escusou a falar com a imprensa, inicia funções no cargo mostrando determinação em resolver a crise aérea do país, conforme prometeu esta semana: "Aja ou saia. Faça ou vá embora".

O novo ministro fez vistorias na pista principal do aeroporto de Congonhas, que ficou interditada até hoje após a tragédia do último dia 17, em que morreram 200 pessoas.

A pista, que passou por obras após o acidente, só hoje foi libertada.

As ranhuras na pista que permitem o escoamento da água e aumentam o atrito com as rodas dos aviões durante a aterragem, não estão, no entanto, concluídas.

Acompanhado pelo presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), o brigadeiro José Carlos Pereira, e do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, o ministro percorreu toda o trajecto do avião da TAM que se despistou e colidiu com um prédio, antes de explodir.

Segundo assessores, o ministro disse que essa foi "uma tragédia impactante que impõe acções".

Jobim foi depois ao Instituto Médico-Legal (IML) e cumprimentou dois familiares de uma das vítimas do acidente.

O IML identificou até hoje 89 das 200 vítimas e os peritos admitem que muitos corpos podem ficar sem identificação porque foram reduzidos a cinzas.

De acordo com a Aeronáutica, as caixas negras do Airbus da TAM, que chegaram hoje ao Brasil, e as informações delas extraídas pela agência norte-americana National Transportation Safety Board, em Washington, serão analisadas durante este fim-de-semana.

Hoje, a situação nos aeroportos de São Paulo - que viveram dias de caos desde o acidente com o avião da TAM, com reflexos em todo o país - está melhor, mas ainda há muitos voos cancelados.

A crise aérea brasileira ficou evidenciada em Setembro do ano passado, quando um Boeing da GOL chocou com um jacto Legacy, na Amazónia brasileira, resultando na morte de 154 pessoas.

Após esse acidente, os atrasos e cancelamentos de voos tornaram-se frequentes, com vários registos de problemas de equipamentos e protestos dos controladores aéreos.

O acidente no último dia 17 com o Airbus da TAM agravou ainda mais a situação, forçando o Presidente brasileiro a tomar medidas mais duras para tentar reverter o que os brasileiros chamam de "apagão aéreo" do governo Lula da Silva.

Waldir Pires foi demitido esta semana do cargo de ministro da Defesa e outras autoridades aeroportuárias também deverão deixar seus cargos.

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