Novo surto de Ébola atinge República Democrática do Congo

por RTP
Desde que emergiu na província de Nord-Kivu, em agosto de 2018, o Ébola já matou 2280 pessoas. Zohra Bensemra - Reuters

As autoridades de saúde da República Democrática do Congo anunciaram um novo surto de Ébola a noroeste do país, apenas algumas semanas depois de conseguirem controlar um outro que surgiu a este e numa altura em que a pandemia do novo coronavírus também está a afetar os congoleses.

De acordo com o ministro da Saúde da República Democrática do Congo, Eteni Longondo, quatro pessoas morreram na cidade de Mbandaka devido àquele que é o 11.º surto de Ébola na história do país.

“O Instituto Nacional de Investigação Biomédica confirmou que as amostras recolhidas em Mbandaka testaram positivo para o Ébola”, explicou o ministro. “Vamos enviar [para essa cidade] vacinas e medicação muito em breve”.

Capital da província de Équateur, Mbandaka é um centro de transportes através do rio Congo e possui mais de um milhão de habitantes. Entre maio e julho de 2018, a região tinha já sido atingida por outro surto de Ébola, durante o qual 33 pessoas morreram e 21 recuperaram da doença.

“Esta é uma província que já experienciou a doença. Sabem como responder. Começaram no domingo a dar resposta a nível local”, afirmou Longondo.

A diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, Matshidiso Moeti, declarou que “o novo surto de ébola em Mbandaka representa um desafio, mas a OMS está pronta para o enfrentar” de forma rápida e eficaz.Esta é a 11ª vez que o Ébola atinge a República Democrática do Congo desde que a doença foi descoberta, em 1976.

Desde que emergiu na província de Nord-Kivu, em agosto de 2018, acabando por se espalhar por outras regiões do país, o Ébola já matou 2280 pessoas. A OMS declarou o surto uma emergência de saúde pública de preocupação internacional em julho de 2019, depois de a doença ter ameaçado chegar a países vizinhos.

Entretanto, duas vacinas produzidas pelas farmacêuticas Merck e Johnson & Johnson para imunizar mais de 300 mil pessoas foram administradas nos contactos de pessoas diagnosticadas com Ébola e foram altamente eficazes para travar a propagação da doença.

As autoridades tinham esperança de conseguir declarar o fim do surto até 25 de junho deste ano, mas para que tal aconteça não podem existir novos casos durante 42 dias seguidos – o dobro do período de incubação.

Em abril, o surto que surgiu a este do país estava a apenas três dias de ser dado como terminado quando um novo caso de Ébola surgiu e fez adiar essa data.

A República Democrática do Congo encontra-se também a lidar com a pandemia do novo coronavírus, registando, até ao momento, 3195 casos de infeção, dos quais 72 resultaram em morte e 454 foram dados como recuperados. A grande maioria dos contágios aconteceu na capital, Kinshasa.
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