Mundo
Novo surto de Ébola no Uganda
Dezenas de pessoas permanecem isoladas no Uganda para prevenir a eventual transmissão do vírus do Ébola a outras partes do país, após a eclosão de um novo surto desta febre hemorrágica que já fez pelo menos três mortos. Um quarto caso está confirmado e pelo menos 15 outras pessoas estão a ser monitorizadas. Há menos de um mês, as autoridades ugandesas haviam declarado o país "livre de Ébola" após um surto que atingiu em julho e agosto uma localidade remota.
Este surto mais recente, confirmado quarta-feira dia 14 de novembro, deve-se no entanto a uma estirpe sudanesa do vírus, sem ligações à eclosão registada no verão, essa provocada por uma variedade congolesa do Ébola, de acordo com as autoridades sanitárias ugandesas.
Foram criados dois centros especiais de isolamento, um no hospital de Mulago, em Kampala, capital do Uganda e outro em Nyimbwa, a 40 Km da capital e epicentro do novo surto.
Nestas unidades foram isoladas as pessoas que contactaram com os cadáveres dos falecidos, entre familiares, pessoal médico e agentes funerários, os mais suscetíveis de terem contraído o vírus.

O vírus do Ébola fica incubado entre 1 a 21 dias e os primeiros sintomas são subida brusca da temperatura, cefaleias, dores articulares, musculares e de garganta, além de um estado de fraqueza geral. Seguem-se vómitos, diarreias e dores de estômago, insuficiência renal e hepática, sendo ainda registados nalguns casos, pruridos, olhos vermelhos, soluços e hemorragias internas e externas.
Frequência dos surtos preocupa OMS
A ministra da Saúde do Uganda tenta evitar o pânico: "O ministério da Saúde apela mais uma vez o público a manter a calma já que estão a ser adotadas todas as medidas possíveis para controlar a situação", disse Christine Ondoa.
O Uganda tem sido afetado nos últimos anos por diversos surtos de Ébola que levam centenas de pacientes a abandonar os hospitais com receio do contágio. No verão, a primeira vítima foi uma menina de três meses. Das 65 pessoas que assistiram ao seu funeral, 15 contraíram o vírus. Em outubro passado foi ainda confirmado no sudoeste do país, perto da fronteira com o Ruanda, um surto de Marburg, um vírus semelhante ao Ébola. Registaram-se oito mortes e nove casos confirmados em laboratório. Do sequente contágio morreram pelo menos 16 pessoas.
A frequente ocorrência deste surtos de febre hemorrágica no Uganda tem estado a espantar e a preocupar as autoridades. O diretor-geral dos serviços de saúde ugandeses, Denis Lwamafa, acredita que são registados mais casos no país devido ao aumento "da nossa capacidade de diagnóstico".
Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) receia que a ocorrência de surtos se deva a uma maior "interação do homem e das florestas", que coloca as vítimas em contacto com um animal portador do vírus, habitualmente um macaco.
Transmissão por via aérea
Há agora suspeitas que o vírus do Ébola se possa transmitir também por via aérea. Até agora sabia-se que o vírus, latente em morcegos frugíveros (que se alimentam de frutos) pode ser transmitido através de dentadas, sobretudo a primatas das regiões equatoriais.O vírus do Ébola foi identificado pela primeira vez em 1976 junto ao rio com o mesmo nome, na República Democrática do Congo, com a qual o Uganda faz fronteira. Um foco de epidemia persiste na região congolesa de Kisangani e, em finais de outubro, o mais recente boletim da OMS confirmou 52 casos naquela região.
Um estudo recente publicado dia 15 de novembro da revista Nature Scientific Reports, demonstra no entanto que porcos infetados e portadores do vírus do Ébola nas suas vias respiratórias transmitiram o agente infecioso a macacos, sem que tivessem sido registados quaisquer contactos diretos entre os animais.
No ano 2000, no Uganda, ocorreu um dos surtos mais graves de Ébola jamais registados. O vírus infetou 425 pessoas matando mais de metade, no norte do país. Um outro surto em 2007 matou 37 pessoas em Bundibugyo, uma província remota perto da fronteira com o Congo.
Foram criados dois centros especiais de isolamento, um no hospital de Mulago, em Kampala, capital do Uganda e outro em Nyimbwa, a 40 Km da capital e epicentro do novo surto.
Nestas unidades foram isoladas as pessoas que contactaram com os cadáveres dos falecidos, entre familiares, pessoal médico e agentes funerários, os mais suscetíveis de terem contraído o vírus.
O vírus do Ébola fica incubado entre 1 a 21 dias e os primeiros sintomas são subida brusca da temperatura, cefaleias, dores articulares, musculares e de garganta, além de um estado de fraqueza geral. Seguem-se vómitos, diarreias e dores de estômago, insuficiência renal e hepática, sendo ainda registados nalguns casos, pruridos, olhos vermelhos, soluços e hemorragias internas e externas.
Frequência dos surtos preocupa OMS
A ministra da Saúde do Uganda tenta evitar o pânico: "O ministério da Saúde apela mais uma vez o público a manter a calma já que estão a ser adotadas todas as medidas possíveis para controlar a situação", disse Christine Ondoa.
O Uganda tem sido afetado nos últimos anos por diversos surtos de Ébola que levam centenas de pacientes a abandonar os hospitais com receio do contágio. No verão, a primeira vítima foi uma menina de três meses. Das 65 pessoas que assistiram ao seu funeral, 15 contraíram o vírus. Em outubro passado foi ainda confirmado no sudoeste do país, perto da fronteira com o Ruanda, um surto de Marburg, um vírus semelhante ao Ébola. Registaram-se oito mortes e nove casos confirmados em laboratório. Do sequente contágio morreram pelo menos 16 pessoas.
A frequente ocorrência deste surtos de febre hemorrágica no Uganda tem estado a espantar e a preocupar as autoridades. O diretor-geral dos serviços de saúde ugandeses, Denis Lwamafa, acredita que são registados mais casos no país devido ao aumento "da nossa capacidade de diagnóstico".
Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) receia que a ocorrência de surtos se deva a uma maior "interação do homem e das florestas", que coloca as vítimas em contacto com um animal portador do vírus, habitualmente um macaco.
Transmissão por via aérea
Há agora suspeitas que o vírus do Ébola se possa transmitir também por via aérea. Até agora sabia-se que o vírus, latente em morcegos frugíveros (que se alimentam de frutos) pode ser transmitido através de dentadas, sobretudo a primatas das regiões equatoriais.O vírus do Ébola foi identificado pela primeira vez em 1976 junto ao rio com o mesmo nome, na República Democrática do Congo, com a qual o Uganda faz fronteira. Um foco de epidemia persiste na região congolesa de Kisangani e, em finais de outubro, o mais recente boletim da OMS confirmou 52 casos naquela região.
Um estudo recente publicado dia 15 de novembro da revista Nature Scientific Reports, demonstra no entanto que porcos infetados e portadores do vírus do Ébola nas suas vias respiratórias transmitiram o agente infecioso a macacos, sem que tivessem sido registados quaisquer contactos diretos entre os animais.
No ano 2000, no Uganda, ocorreu um dos surtos mais graves de Ébola jamais registados. O vírus infetou 425 pessoas matando mais de metade, no norte do país. Um outro surto em 2007 matou 37 pessoas em Bundibugyo, uma província remota perto da fronteira com o Congo.