Num vídeo, o homem negro é perseguido por Zambelli, acolitada por outros indivíduos que depois foram identificados como seus seguranças, um dos quais também de pistola em punho, e vários deles agredindo o fugitivo. O homem refugia-se então num bar.
No vídeo mais divulgado, a deputada, apontando a pistola com as duas mãos segue-o até ao estabelecimento.
Zambelli entra de arma em punho no bar onde o fugitivo procurara abrigo e a gritar-lhe: "Deita no chão, deita no chão".
Dos insultos que ele terá dirigido à deputada, e da agressão que terá cometido, nada aparece no vídeo.
O autor do vídeo, Vinicius Costa, diz entretanto que está a considerar-se ameaçado, depois de os seguranças da deputada o terem filmado, identificado e intimado a entregar a gravação que fez.
Carla Zambelli, reeleita como deputada em 2 de outubro passado, tem sido uma das mais activas apoiantes de Bolsonaro e destacou-se durante a campanha para obter o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
À proibição de porte de armas de fogo no dia das eleições, tal como foi emitida pelo Supremo Tribunal Eleitoral, Zambelli reagiu declarando-se em atitude de desobediência civil, por considerar que o tribunal não pode usurpar a competência do Congresso como legislador. Declarou, portanto, que votaria armada.
A versão de Zambelli sobre os factos foi divulgada no Instagram e reza o seguinte: "Estávamos aqui [no restaurante] almoçando e, como tem vidro, parece que algumas pessoas nos viram e começaram a juntar-se lá fora [...] Eles abordaram a gente - eu com o meu filho -, me xingando". Terá, além disso sido "cotovelada, cuspida na cara" e empurrada para o chão.
Depois, ainda segundo Zambelli, "pedi para ele parar e chamar a polícia, já que eu fui agredida, [mas] ele fugiu. Estava com o meu filho e eles não respeitaram nem isso".