Número de mortos em operação policial no Brasil sobe para 132

A operação policial mais letal da história do Brasil fez pelo menos 132 mortos, segundo um balanço das autoridades realizado esta quarta-feira.

Mariana Ribeiro Soares, Cláudia Aguiar Rodrigues - RTP /
Ricardo Moraes - Reuters

O número divulgado pela Defensoria Pública do Rio é mais do dobro do divulgado na terça-feira, quando as autoridades estaduais reportaram pelo menos 64 mortos, incluindo quatro polícias.

Há também dezenas de feridos e mais de 80 detidos.

Esta é a operação com mais vítimas mortais de sempre no Rio de Janeiro.
A ação envolveu 2.500 agentes das forças de segurança e teve como alvo o Comando Vermelho, uma das principais fações de narcotraficantes do Brasil, nas favelas do Complexo do Alemão e da Penha.

Mais de 40 corpos sem vida foram encontrados por moradores de favelas no Rio de Janeiro e alinhados numa praça do bairro da Penha.

"Só quero tirar o meu filho daqui e enterrá-lo", disse Taua Brito, mãe de uma das vítimas, à agência Reuters.
Uma das operações policiais mais letais
O especialista em segurança pública no Brasil, José Ricardo Batista, garante que esta foi uma das operações mais letais de sempre.

Em entrevista à Antena 1, José Ricardo Batista alerta para as possíveis represálias e aponta para um sistema de segurança público brasileiro cheio de falhas que permite a morte de inocentes.

A recuperação dos corpos, sem a ajuda de autoridades, está a ser realizada pelos moradores dos complexos de favelas do Alemão e da Penha, situados numa das zonas mais pobres e violentas do Rio de Janeiro, na zona Norte da cidade.

A operação de resgate está a ser liderada principalmente por mulheres, que procuram os seus companheiros, irmãos ou filhos.
Governador diz que operação foi um "sucesso" 
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, considerou a operação um "sucesso", afirmando que “as únicas vítimas reais foram os polícias”.
“Quatro bravos policiais foram mortos por narcoterroristas durante a Operação Contenção, em um dia histórico de enfrentamento ao crime organizado”, disse o governador numa publicação na rede social X.

A Amnistia Internacional Brasil acusou o governador do Rio de Janeiro de preferir fazer uma chacina em vez de combater o tráfico de droga.

Ouvida pela Antena 1, a porta-voz da organização considera inaceitável o elevado número de mortos e acusa o governador de violar a Constituição brasileira.
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