70 milhões de deslocados por causa da guerra e perseguições

É um número recorde. De acordo com as Nações Unidas mais de 70 milhões de pessoas (70,8 milhões) estavam deslocadas das suas casas e ou países em 2018 por causa da guerra e de perseguições. E são os países em desenvolvimento e não as nações mais ricas que estão a acolher a maior parte destas pessoas.

Alexandre Brito - RTP /
Hosne Ara, 4 anos. Refugiado obrigado a deixar a casa em Mynamar Hannah Mckay - Reuters

Há ainda outro valor que impressiona. Metade desses deslocados são crianças. Ou seja, mais de 35 milhões de crianças estão longe das suas casas.

São numeros "conservadores", diz a ONU, uma vez que o valor poderá ser bem mais elevado.

Desses mais de 70 milhões de deslocados, a maior parte - 41,3 milhões - foram obrigados a deixar as casas, 25,9 milhões são considerados refugiados e 3,5 milhões procuram asilo.

Os dados revelados são conservadores porque ainda não incluem a realidade venezuelana. A ONU acredita que mais de 4 milhões de venezuelanos tiveram que abandonar o país desde 2015. Se a situação política no país se mantiver, no final deste ano este número pode atingir os cinco milhões.

"Certamente que se a situação política na Venezuela não for resolvida, com um acordo político, vamos continuar a assistir ao êxodo", disse Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

Uma realidade que representa já o segundo maior grupo de pessoas que tiveram que abandonar o país, só superada pela partida de sírios para a Turquia, resultado de oito anos de guerra.

"Quando se diz que a Europa tem uma emergência de refugiados, ou os Estados Unidos, ou a Austrália...não", afirmou Grandi. "A maior parte dos refugiados estão na verdade nos países junto a onde a guerra existe, e infelizmente isso significa que a maior parte está em países pobres ou em desenvolvimento". E acrescentou: "É aí que a crise existe e é aí que temos que nos focar".

Ainda de acordo com as Nações Unidas mais de dois terços dos refugiados são originários de cinco países: Síria, Afeganistão, Sudão Sul, Myanmar e Somalia.
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