O papel das secretas norte-americanas nas mortes de generais russos

Dados facultados ao comando militar ucraniano pelos serviços secretos dos Estados Unidos terão permitido alvejar vários generais russos no teatro de guerra, noticiou nas últimas horas o jornal norte-americano The New York Times. Oficialmente, o Conselho de Segurança Nacional considera “irresponsável” a alegação de que o objetivo da partilha de informações seja a eliminação sistemática de altas patentes da Rússia.

Carlos Santos Neves - RTP /
Soldados russos patrulham a zona da Central Nuclear de Zaporizhia em Enerhodar, no sudeste da Ucrânia Sergei Ilnitsky - EPA

A suportar a notícia do diário norte-americano está um conjunto de fontes anónimas dos serviços secretos em Washington. Altos responsáveis desta comunidade afiançam que a partilha de dados com a Ucrânia permitiu que fossem abatidos “muitos” dos generais russos destacados para o país invadido a 24 de fevereiro.

O New York Times escreve que os esforços de espionagem dos Estados Unidos, em matéria de apoio às Forças Armadas ucranianas, estão a concentrar-se “na determinação da localização e de outros detalhes sobre os quartéis-generais móveis do exército russo que se deslocam regularmente”.A 25 de abril, o secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin, estabeleceu como objetivo o enfraquecimento da Rússia “a um tal grau” que obste a futuras ofensivas comparáveis àquela que se abate atualmente sobre a Ucrânia.

Na segunda-feira, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos revelou que o próprio chefe do Estado-Maior da Federação Russa, Valery Gerasimov, esteve recentemente, durante “vários dias”, próximo da frente da guerra na região do Donbass, no leste da Ucrânia. Chegaram a circular rumores de supostos ferimentos de Gerasimov, algo que não foi confirmado pelo Pentágono.

Em declarações à agência France Presse, Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, quis demarcar a Administração democrata do teor da notícia do New York Times.

“Os Estados Unidos fornecem informações sobre o campo de batalha para ajudar os ucranianos a defenderem o seu país”, sintetizou Watson, para acrescentar que os dados não são partilhados com “a intenção de matar generais russos”.

Um conselheiro do Ministério ucraniano do Interior alegou no domingo que vários oficiais russos foram atingidos por “uma explosão” em Izium, no leste da Ucrânia, acrescentando que o chefe do Estado-Maior da Rússia se encontraria no local. Mais tarde, um outro responsável ucraniano negou que Valery Gerasimov tivesse sofrido qualquer ferimento.

As autoridades ucranianas reivindicaram por diversas ocasiões a eliminação de generais russos no teatro de guerra. No início de março, a câmara de Novorossiysk, no sul da Rússia, confirmou a “morte” como “um herói”, na Ucrânia, do general Andrey Sukhovetsky, vice-comandante do 41.º Exército de Armas Combinadas.

c/ agências
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