O povo basco existe e tem direito a decidir
O chefe do governo basco, Juan José Ibarretxe, defendeu o projecto do Partido Nacionalista Basco (PNV) para as eleições de 27 de Maio, afirmando que "o povo basco existe e tem direito a decidir" sobre o seu futuro.
Num comício de abertura da campanha do PNV em Vitoria, Ibarretxe disse preferir falar de "ideias e projectos" para o País Basco do que sobre o tema "mais mediático" das ilegalizações de partidos da esquerda basca.
O discurso de Ibarretxe foi proferido antes de ser conhecida a decisão do Tribunal Constitucional que confirmou a anulação das candidaturas às eleições de 27 de Maio de duas formações políticas bascas que o governo e a procuradoria consideravam vinculadas ao ilegalizado Batasuna.
Ainda assim, Ibarretxe atacou os dois maiores partidos espanhóis, o PSOE e o PP, por se apresentarem "constantemente contra a construção do país" pelo que, "não há projecto para Euskadi (País Basco) à margem do do PNV".
Ibarretxe relembrou ainda que "Euskadi tem futuro porque tem um passado de 7.000 anos de história".
A questão do País Basco acabou por marcar o arranque da campanha, à semelhança aliás do que aconteceu na pré-campanha, com trocas de críticas permanentes entre o PP e o PSOE, com a oposição a acusar repetidamente o governo de querer permitir que o Batasuna se apresentasse às eleições.
Comentando a decisão do TC, responsáveis do governo afirmaram que a confirmação das anulações das candidaturas confirmam que o executivo acertou ao perseguir as candidaturas que violam as leis dos partidos.
Assim, afirmaram fontes do governo, confirma-se que "ao contrário do que vaticinou repetidamente o PP", o Batasuna "não estará nas eleições.
Recorde-se que a decisão de hoje do TC aceita as alegações do Ministério Público e dos serviços jurídicos do Estado que solicitaram que se confirmasse a sentença anteriormente determinada pela "sala 61" do Tribunal Supremo.
Comentando a noticia, o secretário de Estado da Comunicação, Fernando Moraleda, disse aos jornalistas, ao início da madrugada, que o TC "legitimou" a acção do governo e que, como tal, "o PP deveria calar-se e respeitar a justiça".
"O governo sempre perseguiu actos ilegais, não direitos civis", disse Moraleda, citado pela Efe.
"A lei volta a dar razão ao governo e a desmascarar a demagogia. A justiça falou e o PP deveria calar-se", afirmou.
Pouco tempo antes de ser conhecida a decisão, e na abertura da sua campanha, o líder do PP, Mariano Rajoy, insistiu na questão basca, afirmando que seria um elemento da acção eleitoral garantir que o Batasuna não estaria presente nas eleições.