Uma pesquisa habitual pelas agências e por vários media online, para encontrar as mais recentes notícias sobre a situação humanitária dos palestinianos na Faixa de Gaza, encontra artigos com mais de 24h e 48h.
Recentes, desta segunda-feira, só notícias das declarações políticas da União Europeia, protestos nos EUA e vários artigos de opinião.
O repórter do New York Times, em Jerusalém e que acompanha o conflito Israel-Hamas, antecipava, no dia 14, o que está a acontecer com este título: "Palestinianos de Gaza temem que conflito Israel-Irão desvie as atenções do mundo da sua situação”.
No terreno, na Faixa de Gaza, quem procura comida e ajuda humanitária permanece o alvo do exército israelita. É o que denunciam as imagens de repórteres da Reuters que, esta segunda-feira, registaram o acumular de corpos de pessoas abatidas a tiro, ontem, enquanto procuravam ajuda no norte de Gaza.
O jornal eletrónico britânico The Guardian no artigo mais recente (de ontem à noite, domingo), escreve que não é possível contabilizar com clareza o número de civis palestinianos que foram mortos “nos últimos 12 dias” quando tentavam obter ajuda humanitária.
De acordo com o Guardian, as autoridades médicas em Gaza afirmam que cerca de 450 pessoas morreram e milhares ficaram feridas durante os últimos 12 dias. Pelo contrário, as Forças de Defesa de Israel (IDF) admitem apenas que algumas pessoas ficaram feridas pelos disparos, mas desmentem haver qualquer vítima mortal. O exército de Israel alega que esses disparos são direcionados a "suspeitos" que representam uma ameaça.
No entanto, pelo menos uma dezena de testemunhas entrevistadas pelo Guardian, na semana passada, confirmaram os relatos de “incidentes mortais” que se têm “repetido e provocado um elevado número de vítimas.
No entanto, pelo menos uma dezena de testemunhas entrevistadas pelo Guardian, na semana passada, confirmaram os relatos de “incidentes mortais” que se têm “repetido e provocado um elevado número de vítimas.
Vítimas mortais que também têm sido registadas por organizações de assistência médica que trabalham em Gaza.
A distribuição de ajuda alimentar na Faixa de Gaza está nas mãos da Fundação Humanitária de Gaza (GHF na sigla em inglês), uma organização privada secreta apoiada por Israel e pelos EUA, desde maio.
Esta organização, à semelhança das forças armadas de Israel, desmente a existência de mortos entre os palestinianos que tentam chegar aos pontos de distribuição de ajuda.
A GHF afirmou no domingo que o seu modelo “está a funcionar” e acusou "o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas” de divulgar “diariamente informações falsas ".
Num relato divulgado há dois dias pelo Guardian, um palestiniano de 31 anos (que era vendedor de legumes antes da guerra de Israel) descreveu o que teve de ultrapassar para conseguir farinha, óleo, feijão e outros itens básicos.
Num relato divulgado há dois dias pelo Guardian, um palestiniano de 31 anos (que era vendedor de legumes antes da guerra de Israel) descreveu o que teve de ultrapassar para conseguir farinha, óleo, feijão e outros itens básicos.
Passava da meia-noite de quinta-feira, dia 19, quando Abdullah Ahmed deixou a família num campo de refugiados, no centro de Gaza. O destino foi um posto de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que iria distribuir alimentos às 02h00 da manhã.
No entanto, chegar às proximidades do centro, um dos quatro administrados pela GHF, era perigoso: "ouvíamos o som ininterrupto de projéteis e balas que voavam sobre nós”. “Tínhamos que nos esconder nas ruínas das casas. Quem não se abrigasse estava exposto à morte", contou Abdullah Ahmed ao Guardian.
Durante toda a semana passada, todas as noites e na maioria das manhãs, cenas semelhantes repetiram-se em Gaza.
Dezenas de milhares de pessoas famintas e desesperadas procuraram os centros da GHF ou esperaram pelos camiões carregados com farinha.
Todos os dias, em algum lugar da Faixa de Gaza, estas concentrações de pessoas tiveram um desfecho idêntico e mortal assim que as forças israelitas abriam fogo.