O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai apresentar um “plano de ação” internacional destinado a fazer “fracassar” a invasão russa da Ucrânia e multiplicar as reuniões diplomáticas para tal na próxima semana em Londres, indicou hoje o seu gabinete.
Após uma vaga “sem precedentes” de sanções do Ocidente contra interesses russos em resposta à ofensiva armada na Ucrânia, Boris Johnson vai apelar à comunidade internacional para reaplicar “o seu esforço concertado” contra Moscovo por meio desse “plano de ação em seis pontos”, cujos pormenores apresentará no domingo, precisou Downing Street em comunicado.
“[O Presidente russo, Vladimir] Putin deve fracassar e nós devemos garantir que ele fracassa neste ato de agressão”, declarou o chefe do Governo britânico citado no comunicado. “Não é suficiente expressar o nosso apoio à ordem internacional assente no direito internacional, devemos defendê-la contra uma tentativa sustentada de reescrever as regras por meio da força militar”.
Para esse fim, Boris Johnson reunir-se-á na segunda-feira em Downing Street, primeiro em separado e depois em conjunto, com os seus homólogos canadiano, Justin Trudeau, e neerlandês, Mark Rutte.
O presidente ucraniano falou com o multimilionário norte-americano, que garantiu o fornecimento de mais terminais da rede Starlink para as cidades destruídas, que chegarão à Ucrânia na próxima semana. Foram ainda discutidos potenciais "projetos espaciais", mas Zelensky só abordará essa questão "depois da guerra".
Talked to @elonmusk. I’m grateful to him for supporting Ukraine with words and deeds. Next week we will receive another batch of Starlink systems for destroyed cities. Discussed possible space projects 🚀. But I’ll talk about this after the war.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 5, 2022
Um avião russo aterrou este sábado nos Estados Unidos para ir buscar 12 diplomatas expulsos da missão russa da ONU e acusados por Washington de "espionagem", disseram as autoridades.
Os EUA fecharam o seu espaço aéreo a todos os aviões russos, após Moscovo ter invadido a Ucrânia na semana passada. No entanto, hoje um Ilyushin IL-96 aterrou no Aeroporto Internacional de Washington, de acordo com o site Flight aware, que regista todos os movimentos aéreos.
"O governo norte-americano deu luz verde a esta aeronave, fretada pelo governo russo, para facilitar a partida de diplomatas da missão russa nas Nações Unidas", disse à agência France-Presse (AFP) uma porta-voz do Departamento de Estado.
A "exceção" é para assegurar a sua partida e a das famílias "na data imposta", acrescentou a mesma fonte. Recorde-se que os EUA anunciaram na segunda-feira a expulsão de "12 funcionários dos serviços secretos da missão russa, que abusaram" do seu estatuto diplomático nos Estados Unidos "envolvendo-se em atividades de espionagem".
Vinte e duas representações diplomáticas estrangeiras na Venezuela, entre elas Portugal, condenaram a invasão russa da Ucrânia e acusaram Moscovo de violar a Carta das Nações Unidas, num comunicado conjunto hoje divulgado.
“Num mundo ainda profundamente afetado pelas consequências da pandemia da covid-19, não podemos permitir uma nova crise internacional. (…) Condenamos nos termos mais enérgicos a agressão militar sem precedente do Governo russo contra a Ucrânia, em violação de todos os princípios da Carta das Nações Unidas”, refere a nota conjunta.
O documento, divulgado em Caracas, explica que “a agressão armada não provocada do Governo russo deve ser rejeitada com perseverança, unidade e determinação por toda a comunidade internacional, tal como 141 países - muitos deles da América Latina e das Caraíbas - declararam na Assembleia-Geral da ONU”.
“A Rússia está a violar gravemente o direito internacional e a minar a segurança e estabilidade europeia e mundial. Lamentamos a perda de vidas e o sofrimento humano. Os nossos países farão tudo o possível para manter essa unidade”, prossegue o texto.
Segundo os diplomatas das 22 representações na capital venezuelana, “pela primeira vez na Europa desde 1945, um Estado decidiu atacar e invadir outro Estado soberano, pacífico e democrático que não estava a ameaçar ninguém”.
“Esta agressão começou a causar morte, sofrimento e destruição. Esperávamos que o uso da força e da coerção fosse uma coisa do passado. Infelizmente, estávamos errados”, sublinham.
O documento denuncia ainda que “ao utilizar a força contra a Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, violou o Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas”.
“Será necessária uma solução diplomática, mas não poderá basear-se no desrespeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia. A segurança de uns não se faz à custa de outros”, explica.
O Governo canadiano apelou, num comunicado, a que os seus cidadãos que estejam na Rússia abandonem o território "enquanto os meios comerciais estiverem disponíveis". O Canadá receia que as condições de segurança "imprevisíveis" e se agravem "sem aviso prévio".
"A disponibilidade de voos está a tornar-se extremamente limitada. A capacidade da nossa embaixada de fornecer serviços consulares na Rússia pode se tornar severamente limitada", disse o Ministério canadiano dos Negócios Estrangeiros.
We have increased the risk level to avoid all travel to #Russia. If you are there, you should leave while commercial means are still available. Check our full travel advice: https://t.co/cS4tSwZo1l pic.twitter.com/pgtS5PZB6N
— Travel.gc.ca (@TravelGoC) March 5, 2022
A Visa Inc anunciou, este sábado, a suspenções das operações na Rússia devido à invasão da Ucrânia e que trabalharia com os clientes e parceiros para encerrar todas as transações na Rússia nos próximos dias.
Os cartões Visa emitidos por instituições financeiras fora da Rússia vão deixar de funcionar em território russ, explicou a empresa em comunicado.
Visa уходит из России – Федоровhttps://t.co/su1laUVAct
— Интерфакс-Украина (@interfaxua) March 5, 2022
Também a Mastercard Inc suspendeu operações dos cartões emitidos por bancos russos.
O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) deteve hoje um grupo de separatistas pró-russos na região sudoeste de Ivano-Frankivsk que pretendia criar “novas repúblicas populares” como as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no leste do país.
“Os agentes da ordem ucranianos detiveram os organizadores de novas ‘repúblicas populares’ na Ucrânia ocidental. O objetivo dos colaboracionistas era desestabilizar a situação na retaguarda dos militares ucranianos”, no meio da ofensiva das tropas russas que invadem o país, indicou o serviço de imprensa do SBU, a agência de serviços secretos ucraniana.
A chamada “República Federativa da Ucrânia”, que os separatistas pró-russos estavam a tentar criar deveria integrar as regiões de Ivano-Frankivsk, Transcarpácia, Leópolis, Ternopol e Chernivtsi, todas na zona ocidental do país. Segundo o SBU, os separatistas esperavam recrutar “mais de meio milhar de traidores nas regiões ocidentais e centrais” da Ucrânia.
De acordo com o plano dos separatistas, eles assassinariam militares e representantes das autoridades e, em seguida, tomariam o poder das administrações locais e anunciariam a proclamação de “repúblicas populares”, que posteriormente se uniriam num Estado-fantoche controlado por Moscovo. Os agentes da ordem abriram um processo criminal contra os detidos por “ações visando uma mudança violenta do poder e da ordem constitucional”, crime punível com dez anos de prisão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, reforçou hoje as informações avançadas pela Presidência ucraniana sobre as baixas militares russas, insistindo que a Rússia já perdeu mais de 10.000 soldados na invasão. Numa mensagem de vídeo divulgada pelo Governo ucraniano, Kuleba alegou que as forças russas também perderam dezenas de aviões e centenas de veículos blindados.
As alegações de Kiev não podem ser verificadas de forma independente e as forças militares russas não oferecem atualizações regulares sobre as suas baixas, depois de, na quarta-feira, terem anunciado a morte de 498 soldados.
“Os russos continuam a sofrer perdas devastadoras no terreno. Não consigo entender como mães, esposas e filhas desses soldados russos suportam esta dor, observando como o Presidente [Vladimir] Putin envia cada vez mais dos seus entes queridos para a Ucrânia”, lamentou Kuleba.
“A Ucrânia está a sangrar. Mas a Ucrânia não caiu e está com os dois pés assentes no chão”, concluiu o chefe da diplomacia ucraniana.
À medida que o exército russo avança por território ucraniano, o número de refugiados internos sobe. A maioria dirige-se para Lviv, a 70 quilómetros da Polónia, porta de entrada na União Europeia.
Nas ruas da cidade, intensifica-se a presença militar e multiplicam-se os centros de voluntários que reencaminham a ajuda humanitária enviada pela Europa ocidental.
A Rádio Televisão Espanhola (RTVE) decidiu deixar de ter correspondentes na Rússia, após a aprovação de uma lei que prevê até 15 anos de prisão por notícias que as autoridades russas considerem “informação falsa” sobre a guerra na Ucrânia.
“Enquanto se analisa a situação criada para os profissionais da RTVE pela aprovação da citada norma, a RTVE continuará a oferecer o máximo de informação possível sobre a situação na Rússia e na Ucrânia, como vem fazendo desde o início da invasão russa”, indicou a empresa pública espanhola num comunicado.
A RTVE junta-se, assim, à decisão também adotada pela agência noticiosa espanhola Efe e por outros órgãos de comunicação social de todo o mundo, como a britânica BBC, as alemãs ZDF e ARD, a italiana RAI e as norte-americanas CNN e CBS, a canadiana CBC e a agência de notícias Bloomberg, que continuarão a informar sobre o conflito a partir da Ucrânia e de outros locais. A nova legislação russa sanciona com elevadas multas e penas de prisão até 15 anos a divulgação de informação que as autoridades russas considerem falsa sobre as ações das suas Forças Armadas na Ucrânia, apelos para a adoção de sanções contra a Rússia e “ações públicas” que procurem desprestigiar a atuação do exército russo “na defesa dos interesses da Rússia e dos seus cidadãos, na preservação da segurança e da paz internacionais”.
O ministro do Interior francês criticou hoje a “resposta totalmente inadequada” e a “falta de humanidade” do Reino Unido em relação aos refugiados ucranianos enviados de volta para Calais, numa carta endereçada à homóloga britânica, Priti Patel. Tentando juntar-se às suas famílias do outro lado do Canal da Mancha, cerca de 150 ucranianos em fuga do seu país, invadido pela Rússia, foram convidados nos últimos dias pelas autoridades britânicas “a dar meia-volta” e a “ir para Paris ou Bruxelas” para obterem vistos nos consulados, afirma Gérald Darmanin na missiva, citada pela agência noticiosa francesa AFP.
Gérald Darmanin prossegue condenando essa “resposta totalmente inadequada” e uma “falta de humanidade” em relação aos refugiados em “aflição”, “muitas vezes, mulheres com crianças pequenas, pessoas idosas ou deficientes”.
No total, “mais de 400 cidadãos ucranianos” chegaram a Calais desde o início da guerra, a 24 de fevereiro, segundo o ministro do Interior francês.
Portugal recebeu desde o início da invasão russa da Ucrânia 1.528 pedidos de proteção temporária, segundo uma atualização feita hoje à Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Os dados referem-se ao período entre 24 de fevereiro e o final do dia de hoje.
Até ao final do dia de sexta-feira tinham sido registados 1.417 pedidos.
O Governo português aprovou uma resolução em que concede proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia em consequência da situação de guerra.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse hoje que as Nações Unidas estão comprometidas em ampliar as suas operações humanitárias, para ajudar os que permaneceram na Ucrânia e os milhões que fugiram do país em guerra. Guterres transmitiu esta promessa ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, durante um telefonema, informou o porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stephane Dujarric.
Dujarric disse que no telefonema foram ainda discutidas as condições para a retirada segura de civis, incluindo estrangeiros, das zonas de combate.
A ONU estima que os 12 milhões de pessoas que permaneceram na Ucrânia e os quatro milhões que fugiram para países vizinhos precisarão de ajuda humanitária nos próximos meses. O Conselho de Segurança da ONU vai realizar uma nova reunião, na segunda-feira à tarde, para analisar as crescentes necessidades humanitárias provocadas pela invasão russa da Ucrânia.
O número de refugiados aumenta todos os dias, e o intensificar do conflito faz prever o pior. Como em todas as tragédias humanitárias para além dos muitos milhares de ucranianos que estão em fuga, nesta vaga de refugiados há também refugiados de outras nacionalidades, culturas e religiões.
Milhares de pessoas esperam a esta hora por uma oportunidade para entrar na Polónia. A fila de refugiados ucranianos tem mais de dez quilómetros. São horas de espera sob temperaturas gélidas, por uma forma de passar a fronteira seja de carro, autocarro, táxi ou a pé. É lá que está a enviada especial da RTP, Ana Romeu, na Ucrânia junto à fronteira polaca de Korczowa.
Ao décimo dia de guerra as forças russas intensificaram os ataques em redor de cidades como Kiev no norte do país e Odessa a sul. Há milhares de pessoas a dirigir-se para a capital e também para Lviv com o objetivo de sair do país.
Os ucranianos consideram que a NATO devia estabelecer uma zona de exclusão aérea à Rússia e que assim conseguiam derrotar as forças russas. Mas como explica José Rodrigues dos Santos, a NATO, de forma indireta, já decretou uma zona de exclusão aérea, estando a entregar mísseis e armamento à Ucrânia - o que impede que as aeronaves russas circulem "à vontade" no espaço aéreo ucraniano.
Vladimir Putin traçou mais uma linha vermelha. Se houver uma zona de exclusão aérea sobre os céus da Ucrânia, seja imposta a partir de que país for haverá confronto. Putin falou depois do presidente ucraniano dizer à NATO que será responsável pelas vítimas dos bombardeamentos por não instituir a zona de exclusão.
Da BBC à CNN, muitos foram os meios de comunicação estrangeiros que decidiram suspender as atividades na Rússia após a adoção pela Duma de uma lei que pune severamente qualquer "informação enganosa", após a invasão da Ucrânia pelo exército russo.
Depois de ter sido acusada de comprar petróleo russo pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, a Shell emitiu um comunicado no qual justifica a decisão.
"Ontem, tomámos a difícil decisão de comprar um carregamento de petróleo russo (...). Para sermos claros, sem o fornecimento constante de petróleo para as refinarias, a indústria energética não conseguirá providenciar continuamente produtos essenciais para as pessoas por toda a Europa durante as próximas semanas", pode ler-se na nota.
Read Shell's statement. pic.twitter.com/6mN7KVTiGc
— Shell (@Shell) March 5, 2022
"Estamos chocados pelos eventos na Ucrânia e já deixamos clara a nossa intenção de sair de nossas jont-ventures com a Gazprom - que é controlada pelo governo russo - e entidades relacionadas, além de encerrar nosso envolvimento com um importante gasoduto que conecta a Rússia ao restante da Europa", diz a nota divulgada pela Shell, acrescentando que a petroleira também interrompeu "a maior parte" das atividades que envolvem o petróleo russo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia pediu, este sábado, aos países da União Europeia e da NATO que "parem de fornencer armas" à Ucrânia, segundo a agência de notícias russa RIA.
De acordo com o chefe da diplomacia russa, Moscovo está particularmente preocupada que mísseis antiaéreos Stinger possam acabar nas mãos de terroristas, representando uma ameaça às companhias aéreas.
Nas últimas horas, as forças ucranianas divulgaram vídeos do abate de duas aeronaves russas perto de Kherson, a primeira cidade a ser tomada pelas forças Russas. Num vídeo amplamente divulgado vemos as imagens do abate de um caça bombardeiro, um dos mais modernos da força aérea russa. Um dos pilotos terá sido de imediato capturado pelas forças ucranianas.
Há também imagens de outro alegado abate e captura junto a Mykolaiv, a poucos quilómetros de Kherson e da península da Crimeia.
Noutro bloco de imagens divulgado pelo exército ucraniano vê-se uma coluna de veículos russos a ser atacada por unidades de artilharia móvel ucraniana. A informação disponível revela o que se passou Karkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia onde, de acordo com a informação ucraniana divulgada a totalidade da coluna russa terá sido destruída.
O Reino Unido considera que a suposta proposta de cessar-fogo da Rússia na cidade ucraniana de Mariupol foi, provavelmente, uma tentativa de desviar a condenação internacional ao mesmo tempo que conseguia reajustar as suas forças para uma ofensiva renovada.
"Ao acusar a Ucrânia de quebrar o acordo, a Rússia provavelmente está a procurar transferir a responsabilidade pelas baixas civis atuais e futuras na cidade", disse o Ministério da Defesa britânico.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 05 March 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) March 5, 2022
Find out more about the UK government's response: https://t.co/NnYqieZd4M
🇺🇦 #StandWithUkraine 🇺🇦 pic.twitter.com/MnfBAWEvkY
O chefe da diplomacia ucraniana disse hoje ao homólogo norte-americano que Kiev precisa de aviões caça e de sistemas de defesa aérea e considerou a recusa da NATO em criar zona de exclusão aérea um "sinal de fraqueza".
"Não é segredo que a nossa maior exigência é de aviões caça, aviões de assalto e sistemas de defesa aérea", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kouleba, ao secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, numa reunião entre ambos na fronteira entre a Ucrânia e a Polónia.
"Espero que o povo ucraniano possa ver isto como uma demonstração clara de que temos amigos que literalmente nos apoiam", sublinhou Kouleba após o encontro no posto fronteiriço de Korczowa-Krakovets, sob rigorosa segurança.
A notícia aparecida na imprensa ucraniana identifica o negociador como Denis Kireyev, que terá sido detido e depois executado sem julgamento, por suspeita de contactos secretos com o inimigo.
Kireyev era uma personalidade relevante no Ministério das Finanças, onde alcançou o cargo de vice-director geral. Trabalhou depois para uma empresa austríaca e, de 2006 a 2012, foi membro do Conselho Fiscal do banco Ukreximbank. De 2010 a 2014 fez parte da administração de um outro banco, o Oschadbank, como vice-presidente.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, pediu hoje à Rússia, em nome do seu Governo, a redução da tensão na Ucrânia, mas não condenou a invasão, apesar da pressão internacional.
De acordo com um comunicado do Governo paquistanês, no decurso de uma conversa telefónica com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, Qureshi “destacou a necessidade de uma solução diplomática segundo os acordos multilaterais relevantes, o Direito internacional e as disposições da Carta das Nações Unidas” (ONU).
Expressando a preocupação do Paquistão “pela recente situação na Ucrânia”, Qureshi enfatizou a ligação do seu país aos princípios fundamentais da Carta da ONU e “pediu a redução da tensão”, sem, contudo, condenar os ataques russos. Qureshi informou também Lavrov sobre as recentes conversas telefónicas com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Polónia, Roménia e Hungria e com o alto representante da União Europeia, “nas quais partilhou a posição de princípio do Paquistão e destacou a importância de se encontrar uma solução através do diálogo”, prossegue o comunicado.
Segundo a nota de imprensa, Lavrov partilhou a perspetiva da Rússia sobre a situação, mencionou a abertura do “corredor humanitário e destacou a preparação da próxima ronda de conversações com os emissários ucranianos”.
Representantes de pelo menos 22 países instaram esta semana o Paquistão a condenar as ações da Rússia na Ucrânia e a expressar o seu apoio à defesa da Carta das Nações Unidas.
O Paquistão, à semelhança da maioria dos governos do Sul da Ásia, limitou as suas declarações ao pedido de uma solução diplomática para o conflito, sem condenar nem tomar posição sobre a atuação da Rússia. A ação militar da Rússia coincidiu com a visita a Moscovo do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, para reunir-se com o Presidente russo, na que foi a primeira visita do género em décadas.
Moscovo exigiu este sábado que as autoridades da Estónia, Letónia e Lituânia tomem medidas para proteger as embaixadas da Rússia depois de um diplomata russo ter sido atacado na capital lituana Vilnius, avança a agência de notícias russa RIA.
"Estamos a alertar Vilnius, Riga e Tallinn que são responsáveis pelas consequências da onda anti-Rússia que está a ser desencadeada", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
A Federação Internacional de Motociclismo (FIM), presidida pelo português Jorge Viegas, anunciou hoje ter cancelado todas as licenças de pilotos russos e bielorrussos, bem como todas as corridas previstas para Rússia, Bielorrússia e Ucrânia.
“Como consequência, nenhum piloto, equipa ou comissário russo ou bielorrusso poderá participar em qualquer manifestação ou atividade da FIM”, sublinhou aquela entidade, em comunicado.
“Exprimimos a nossa simpatia e solidariedade por todos os que sofrem pela invasão russa da Ucrânia e mantemos um contacto estreito com o nosso membro afiliado da Ucrânia (FMU)”, sublinhou o presidente da FIM, Jorge Viegas.
De acordo com o dirigente português, a maioria dos eventos naqueles dois países já tinham sido cancelados e as medidas hoje anunciadas são “uma adequação das recomendações do Comité Olímpico Internacional, adaptadas” a esta realidade e a este desporto.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, disse hoje que para “travar a guerra” na Ucrânia é preciso “combater onde dói” ao presidente russo e “secar o dinheiro” da oligarquia que o “suporta”.
“Para ajudar a Ucrânia é preciso ter a coragem de combater onde dói a Putin e, para isso, é secar o dinheiro da oligarquia que o suporta”, afirmou.
Para Catarina Martins, que falava aos jornalistas no porto de pesca de Vila Praia de Âncora, no final de uma reunião com a Associação de Pescadores profissionais e desportivos, “secar financeiramente Putin” é um dos “mecanismos para travar a guerra”, na Ucrânia.
“Não tenhamos ilusões. Ela [guerra] será travada por quem combate, na Ucrânia, contra Putin, mas também por quem, na Rússia combate Putin. Terá de ser travada [também] com o apoio internacional e com sanções económicas que doam àqueles que suportam o regime de Putin. Aos oligarcas e, em Portugal há oligarcas russos com interesses económicos. É normal que Portugal os identifique e é normal que trave os seus bens. Isso tem de ser feito”, exortou.
A líder bloquista considerou ser “inaceitável” que “o Governo português tenha dito que não sabe quem são os oligarcas russos com interesses em Portugal, numa espécie de impotência no esforço internacional que é feito para secar financeiramente Putin”.
“A Mariana [Mortágua] investigou e apresentou provas. Mas há mais. Muito mais e o Governo português tem de fazer mais sobre isso”, afirmou, referindo-se às declarações da deputada do BE, na segunda-feira, num espaço de comentário da SIC Notícias sobre a invasão russa à Ucrânia.
Mariana Mortágua acusou o presidente do Conselho de Administração do Grupo Bel e do Global Media Group (GMG), que detém o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, TSF e outras publicações, de ter ligações com um oligarca russo. Catarina Martins alertou que, na próxima semana, o Parlamento Europeu “vai votar questões relacionadas com os vistos ‘gold’”, e disse ser “importante que todos os partidos portugueses votem para acabar” com aquela medida.
“Portugal é um dos países que tem um regime mais permeável à corrupção, ao branqueamento de capitais e que está a ajudar, efetivamente, a oligarquia que ganha com a guerra. Todos os que disseram que estão contra a guerra, agora têm de ser consequentes e ter a coragem de aprovar as sanções económicas que doem. E isso significa, na próxima semana, acabar com os vistos ‘gold’ em toda Europa e acabar com o regime que há em Portugal”, adiantou.
Defendeu que Portugal “não deve ficar à espera do Parlamento Europeu” e que “pode fazer já a identificação dos cidadãos com interesses económicos vastos na Rússia, oligarcas russos que tenham vistos ‘gold’”.
“Deve suspender esses vistos. Portugal pode e deve fazê-lo”, frisou.
“Que se diga que quer ajudar a Ucrânia e que depois venha o Governo português dizer que não faz a mínima ideia quais são os oligarcas que têm o seu dinheiro escondido em Portugal é que não é suportável”, insistiu.
"A Europa está mais unida e mais determinada do que nunca", afirmou o primeiro-ministro espanhol, na conferência de imprensa. "Nas ações contra Putin, na solidariedade com os ucranianos e na resposta que a Europa irá dar ao impacto económico que a guerra vai custar".
O Governo de Espanha transmitiu à Comissão Europeia o "empenho total à unidade europeia na implementação das sanções económicas" e na ajuda humanitária à Ucrânia. Além disso, Espanha assume estar disponível para receber refugiados ucranianos.
Em debate esta tarde este também a crise energética a Europa, consequência da guerra, e a autonomia energética da UE.
O governo italiano anunciou este sábado que o valor dos ativos congelados até agora de oligarcas russos na península ascendeu a cerca de 140 milhões de euros, incluindo iates colocados em liquidação na sexta-feira.
As sanções europeias visam mais de 500 personalidades ou entidades russas, cujos ativos e recursos económicos devem ser gradualmente congelados à medida que os Estados europeus conseguem localizá-los e vinculá-los aos seus proprietários.
O exército russo retomou a "ofensiva" após o adiamento da retirada de civis de duas cidades cercadas no sudeste da Ucrânia, uma delas Mariupol, disse hoje o porta-voz do ministério russo da Defesa, Igor Konachenkov.
"Devido à relutância da parte ucraniana de influenciar os nacionalistas ou de prolongar o `cessar-fogo`, as operações ofensivas recomeçaram após as 18h00, hora de Moscovo" (15h00 em Lisboa), disse numa mensagem em vídeo.
O Fundo Monetário Internacional alertou este sábado para os danos que podem surgir da guerra na Ucrânia, falando mesmo em consequências "devastadoras" para a economia mundial.
Em comunicado, aquela entidade lembra as consequências que já começam a surgir, como o preço do gás, mas também a onda de refugiados, que já ultrapassa o milhão de pessoas.
"As consequências económicas são muito sérias. A guerra e as sanções associadas também vão ter um impacto severo na economia global", acrescenta a nota.
O Governo de Londres anunciou que vai reforçar a legislação para sancionar “mais duramente e rapidamente” as “elites corruptas” ligadas ao regime de Vladimir Putin. Por seu lado, Moscovo a prometer retaliar.
O anúncio surge quando o Governo é criticado com regularidade pela oposição e membros da maioria conservadora por não ser mais enérgico a enfrentar os fluxos duvidosos de dinheiro russo que chegam há anos ao Reino Unido. O secretario de Estado do Tesouro, John Glen, disse hoje na BBC que o Governo queria agir “mais fortemente e rapidamente” para sancionar os oligarcas e empresas ligadas ao governo russo.
“O que estamos a tentar fazer é ter uma base jurídica mais fácil para agir”, afirmou.
Para reprimir estas “elites corruptas” o executivo precisou, num comunicado, que ia propor emendas ao projeto de lei que apresentou na terça-feira no Parlamento que visa lutar contra a criminalidade económica. As emendas também permitem que o Governo se alinhe “mais rapidamente” com as sanções impostas a determinadas pessoas pela União Europeia, Estados Unidos ou Canadá.
"Vamos aumentar a pressão sobre as elites criminosas que tentam lavar o seu dinheiro em solo britânico e apertar o cerco à corrupção. Não terão onde se esconder", avisou o primeiro-ministro, Boris Johnson, no comunicado.
O Governo de Moscovo, por seu lado, denunciou "a histeria das sanções em que Londres desempenhou um dos papéis principais, se não o papel principal", prometendo "medidas de retaliação proporcionais e severas" que "resultarão indubitavelmente na perturbação dos interesses britânicos na Rússia". A iniciativa britânica reflete a “escolha” feita pelo Governo de Londres de uma “confrontação aberta com a Rússia”, afirmou a porta-voz do ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, apelidando-a de “russofobia”.
A informação foi avançada no Facebook por um membro da equipa de negociação ucraniana, David Arakhamia, e confirmada pelo partido no poder, o Servo do Povo.
A agência noticiosa Efe decidiu suspender temporariamente a atividade na Rússia, depois da aprovação da que prevê penas de prisão até 15 anos por divulgação do que as autoridades russas considerarem "informação falsa" sobre a guerra na Ucrânia.
Segundo informação divulgada pela agência espanhola, esta é a primeira vez desde 1970 - ano em que a Efe abriu o seu escritório permanente em Moscovo - que a empresa “se vê forçada a suspender a atividade dos seus jornalistas” na capital russa.
Os sites ucranianos têm sofrido ataques ininterruptos de hackers russos desde que o Kremlin decidiu avançar com a invasão ao país, disse a agência de vigilância cibernética de Kiev, citada pela Reuters.
A Turquia vai aumentar os esforços para acabar com o “ataque injusto e ilegal” da Rússia à Ucrânia, afirmou em Baku o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavusoglu, numa conferência de imprensa com o homólogo azeri, Ceyhun Bayramov.
“Seguimos com preocupação a evolução da situação na Ucrânia. Como todos os outros, somos, por princípio, contra a mudança da unidade territorial dos países através do uso da força", disse Çavusoglu.
“Queremos que se ponha fim o quanto antes a este ataque injusto e ilegal e vamos aumentar os nossos esforços nesse sentido”, insistiu o ministro.
Bayramov invocou também a necessidade do recurso ao diálogo para resolver o conflito na Ucrânia, destacando que o Azerbaijão atua em conjunto com a Turquia para promover uma solução diplomática. Baku enviou para a Ucrânia, através da Polónia, dois aviões carregados com 5,5 milhões de euros de material médico, acrescentou o ministro. Ambos os países continuam, também, os seus esforços para evacuar e repatriar os seus cidadãos.
Çavusoglu expressou a esperança de que o cessar-fogo temporário, anunciado pela Rússia, mas não implementado, permitisse que os turcos retidos em algumas regiões fossem resgatados, seja pelo oeste da Roménia ou pela Rússia.
Esta posição acontece depois do anúncio de que o presidente turco vai pedir ao seu homólogo russo, num telefonema a fazer no domingo, que Vladimir Putin “ponha fim imediato à guerra” e vai oferecer-se para acolher negociações entre Rússia e Ucrânia, conforme anunciado hoje pelo seu porta-voz.
“O Presidente [Recep Tayyip Erdogan] vai transmitir a mensagem que temos repetido desde o início: é preciso acabar com esta guerra imediatamente, dar uma hipótese ao cessar-fogo e a negociações, estabelecer um corredor humanitário e realizar as evacuações”, disse o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, numa entrevista ao canal privado turco NTV.
Erdogan também vai apelar a que se iniciem conversações “ao nível dos dirigentes” entre a Rússia e a Ucrânia, que “podem acontecer na Turquia”, adiantou o porta-voz.
António Costa entende que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia deve ser resolvido pela via democrática. De visita oficial à Guiné-Bissau, o primeiro-ministro defende que a realidade da guerra deve servir para valorizar o valor da vida e da paz.
O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, reuniu-se com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo este sábado para discutir a crise na Ucrânia, afirmou à Reuters um porta-voz.
Israel ofereceu-se para mediar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, embora as autoridades tenham anteriormente minimizado as expetativas de um avanço.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy fez um "pedido desesperado" para que a Europa Oriental forneça aeronaves russas para a Ucrânia durante uma chamada com senadores norte-americanos este sábado, afirmou à Reuters o líder da maioria na Câmara, Chuck Schumer.
"Esses aviões são muito necessários. E farei tudo o que puder para ajudar o governo a facilitar a sua transferência", disse Schumer em comunicado.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, falaram hoje sobre a situação da guerra na Ucrânia, durante um telefonema em que Washington mais uma vez pressionou Pequim a ser mais crítica com a Rússia. A China, por enquanto, tem evitado condenar a invasão russa da Ucrânia, tendo expressado oposição às sanções unilaterais impostas a Moscovo pelos Estados Unidos, União Europeia e outros países ocidentais.
O telefonema entre os dois chefes de diplomacia concentrou-se no conflito "premeditado" e "injustificado" provocado pela Rússia, disse o porta-voz do Departamento de Estado Ned Price, num comunicado. Blinken aproveitou a oportunidade para lembrar a Wang que "o mundo está atento para saber quais as nações que defendem os princípios básicos de liberdade, autodeterminação e soberania".
O secretário de Estado norte-americano também sublinhou que o mundo está a agir "em uníssono" para responder à agressão russa, procurando fazer com que Moscovo pague "um preço alto" pelas suas ações.
Pequim tem defendido a soberania territorial das nações, mas manteve uma posição ambígua em relação ao conflito na Ucrânia e absteve-se em duas votações de condenação à Rússia nas Nações Unidas, uma no Conselho de Segurança e outra na Assembleia-Geral.
As forças russas assumiram o controlo de um hospital psiquiátrico na cidade de Borodyanka, na região de Kiev, na Ucrânia, com 670 pessoas dentro, informou o governador regional Oleksiy Kuleba à imprensa local, este sábado.
"Hoje não sabemos como retirar estas pessoas, como ajudá-las", disse Kuleba. "Estão a ficar sem água e medicamentos".
"São pessoas com certas necessidades especiais, precisam de ajuda constante, muitas delas estão acamadas há anos".
O número de civis mortos na Ucrânia desde a invasão da Rússia, há dez dias, já é de pelo menos 351, além de 707 feridos. A informação é das Nações Unidas, divulgada num comunicado citado pela Reuters.
A ONU acrescenta, no entanto, que os números reais provavelmente serão “consideravelmente maiores”.
A maioria das vítimas civis foi causada por armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo bombardeios de artilharia pesada, sistemas de foguetes de lançamento múltiplo, mísseis e ataques aéreos, acrescentou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
“O ACNUDH acredita que os números reais são consideravelmente mais altos, especialmente em território controlado pelo Governo. Acreditamos também que tenha aumentado nos últimos dias, porque a recepção de informações de alguns locais de maior conflito está atrasada e muitos relatórios ainda aguardam confirmação”, afirmou.
Centenas de vítimas civis foram alegadamente registadas na cidade de Volnovakha, que tentou abrir um corredor de evacuação seguro, mas ainda não foi confirmado.
Vladimir Putin diz que as sanções impostas pelo Ocidente ao seu país como resposta à invasão da Ucrânia são “como uma declaração de guerra”.
As sanções crescem todos os dias e, apesar de Putin já contar com o cenário, as suas consequências levaram o presidente russo a mencioná-las hoje, durante uma reunião com membros femininos da tripulação de voo das companhias aéreas russas, transmitida pela televisão estatal.
“As sanções que estão a impor contra a Rússia são como uma declaração de guerra”, sublinhou, antes de referir também as consequências que pode ter a adesão da Ucrânia à NATO Organização do Tratado do Atlântico Norte, também conhecida como Aliança Atlântica).
“Começamos a falar cada vez mais ativamente sobre a possibilidade de a Ucrânia ser aceite na NATO. Entendem ao que isso pode levar?”, questionou o líder russo.
Nessa mesma reunião o presidente russo repetiu algumas das justificações que deu para ter atacado a Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, incluindo a defesa dos habitantes das regiões pró-Rússia de Donbass.
“Ouçam, as pessoas em Donbass não são cães vadios. Entre 13.000 e 14.000 pessoas morreram ao longo dos anos. Mais de 500 crianças foram mortas ou mutiladas. Mas o Ocidente optou por não perceber isso durante estes oito anos. Oito anos!”, sublinhou, numa referência à guerra iniciada em 2014 após a mudança de regime em Kiev e a anexação da Crimeia.
Os Estados Unidos aprovaram um voo fretado pelo governo russo para transportar diplomatas russos na Organização das Nações Unidas que foram expulsos por abuso de privilégios de residência, de acordo com um porta-voz do Departamento de Estado, citado pela Reuters.
"Esta exceção especial foi feita de acordo com os regulamentos federais para garantir que o pessoal da missão russa e as famílias partissem na data que decidimos", disse o porta-voz.
"Continuamos em diálogo com as partes sobre a passagem segura de civis de diferentes cidades afetadas pelo conflito", lê-se na publicação.
A Cruz Vermelha apelou ainda aos envolvidos nos combates "para proteger os civis e as infraestruturas civis" de acordo com o Direito Internacional.
The scenes in Mariupol and other cities are heart-breaking.
— ICRC (@ICRC) March 5, 2022
Our priority is the safety and wellbeing of all civilians living through terrifying situations in #Ukraine.
There have been lots of reports of humanitarian corridors set to happen today.
This is our statement 👇 pic.twitter.com/vxXtZveAm1
O governador de Kherson, Ihor Kolykhaiev, disse à CNN que "não temos mais armas para resistir" às forças russas que cercaram a cidade.
“O povo de Kherson está desarmado. Não temos mais armas para resistir, para opor uma resistência armada”, afirmou. “Não temos o exército na cidade. O exército foi derrotado. O exército ucraniano teve que recuar, então não há armas. Eles recuaram para Nikolaev".
Segundo Kolykhaiev, as tropas russas vão continuar a cercar a cidade a menos que e “até que o exército ucraniano possa avançar sobre Kherson”, acrescentando que as forças russas “estão bem estabelecidas aqui”.
"As tropas russas estão por toda parte", acrescentou.
Cerca de 30 mil pessoas concentraram-se este sábado junto do monumento à Liberdade na capital da Letónia, Riga, dirigindo-se depois para a embaixada ucraniana, em solidariedade com a Ucrânia e para condenar a invasão do país pela Rússia. Naquela que foi a maior manifestação em anos, com a participação de muitos jovens, que não viveram na época soviética do país báltico, as pessoas cantaram slogans de apoio à Ucrânia e empunharam cartazes em letão, inglês e russo a pedir o julgamento do Presidente russo, Vladimir Putin, como criminoso de guerra.
O presidente da Letónia, Egil Levits, afirmou em frente da embaixada ucraniana que “o primeiro disparo na guerra foi o início do fim do regime de Putin”.
“Toda a nação da Letónia está ao lado da Ucrânia, independentemente do idioma que se fale em casa”, disse Egil Levits, numa referência a declarações oficiais recentes a condenar que se culpe todos os russos pela invasão da Ucrânia.
O responsável reconheceu, no entanto, que algumas pessoas na Letónia também foram enganadas pela narrativa russa sobre a guerra.
“Deve-se falar calmamente com eles para os convencer de que se perderam na propaganda russa”, disse.
O discurso do Presidente foi acompanhado por grupos de pessoas que cantavam “Putin para Haia”, numa referência ao Tribunal Penal Internacional contra crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Manifestantes britânicos pedem a Boris Johnson mais sanções contra os oligarcas russos.
Num encontro com tripulantes da Aeroflot, a companhia de aviação russa, o presidente russo declarou que a operação na Ucrânia está a correr como o previsto, que o exército vai cumprir todos os objetivos e que não prevê impôr a lei marcial na Rússia.
Quanto a uma possivel zona de exclusão aérea, Putin diz que colocaria a NATO numa posição de adversário.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) descreveu hoje como "dilacerante" a situação em Mariupol, onde a evacuação de moradores foi adiada, apelando às partes que protejam os civis na Ucrânia, haja ou não um corredor humanitário.
"Entendemos que as operações de saída segura de Mariupol e Volnovakha não vão começar hoje. Continuamos a dialogar com as partes sobre a passagem com toda a segurança de civis das várias cidades afetadas pelo conflito", refere o CICV em comunicado.
"As cenas a que se está a assistir hoje em Mariupol e noutras cidades são dilacerantes", acrescentou a organização com sede em Genebra, na Suíça.
A televisão pública italiana, RAI, suspendeu temporariamente o trabalho dos seus correspondentes na Rússia, após a aprovação de uma nova lei que prevê penas até 15 anos de prisão por divulgar o que Moscovo considera "informação falsa".
"Após a aprovação da legislação que prevê penas de prisão pesadas para a publicação de notícias consideradas falsas pelas autoridades, a RAI suspende a partir de hoje os serviços jornalísticos dos seus correspondentes da Federação Russa", anunciou hoje a estação pública, em comunicado.
"A medida é necessária para proteger a segurança dos jornalistas no terreno e a máxima liberdade de informação sobre o país. Notícias sobre o que está a acontecer na Federação Russa serão fornecidas, por agora, a partir de várias fontes, por jornalistas que trabalham para a empresa nos países vizinhos e nas redações na Itália", acrescentou.
O chefe do Centro Nacional para o Controlo da Defesa (NTsUO) da Rússia, Mikhail Mizintsev, indicou, segundo a agência oficial TASS, que Moscovo "cumpriu todas as condições do lado ucraniano, tanto em termos de horas como de rota e segurança".
No entanto, acrescentou, os nacionalistas e as forças armadas ucranianas aproveitaram a trégua humanitária para "reagrupar unidades" nas posições defensivas e em Mariupol, tal como se havia observado em Volnovaja.
"Infelizmente, até ao momento, temos a informação confiável de que, dos 200 mil refugiados de Mariupol e dos 15 mil de Volnovaja, nenhum chegou aos corredores humanitários abertos", afirmou o coronel-general russo.
Ainda segundo o responsável militar, as forças russas estiveram sob fogo de artilharia pelas 10:08 em Mariupol e "sob fogo contínuo desde Volnovaja entre as 10:11 e 10:21" (horas locais), quando o cessar-fogo anunciado por Moscovo deveria ter começado às 10:00 da capital russa (07:00 em Portugal). O fuso horário em Moscovo equivale a mais uma hora do que naquela zonas.
Os ucranianos acusaram já a Rússia de não ter cumprido o cessar-fogo acordado para fins humanitários, bombardeando Mariupol e arredores, afirmando ser esta a razão por que a evacuação não ocorreu.
A Rússia assegurou que nas direções de Volnovaja e Mariupol os corredores humanitários se abriram "todos os dias", mas que os "batalhões nacionalistas reprimem categoricamente as tentativas dos civis de saírem e rumarem à Rússia".
Segundo a versão russa, "a situação é a mesma que se vive em Jarkov (no leste) e em Sumi (a noroeste), bem como em outros lugares".
De acordo com as autoridades ucranianas, a rota definida hoje para a retirada da população civil de ambas as cidades não incluía nenhuma saída para a Rússia, mas sim um corredor humanitário entre as cidades de Mariupol, Nikolskoye, Rozovka, Pologi, Orekhov e Zaporiyia.
"Apesar da gravidade das consequências ditada pela interrupção da operação humanitária de hoje, estamos prontos para continuar a trabalhar paciente e persistentemente com os representantes da Ucrânia e com as organizações internacionais para resolver de imediato a crise humanitária", afirmou Mizintsev.
O responsável militar russo acrescentou que a situação humanitária na Ucrânia "está a deteriorar-se rapidamente" e a ampliar-se "para proporções catastróficas", e assinalou que a Rússia "cumpre com todas as obrigações humanitárias assumidas e continuará a honrá-las".
Mizintsev assegurou que desde o início da ofensiva militar na Ucrânia as forças russas - sem especificar se são provenientes das regiões pró-russas do Donetsk e Lugansk ou de outros lugares - permitiram a retirada de "mais de 156.000 pessoas, incluindo 41.596 crianças, das áreas perigosas".
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, está a visitar a zona leste da Polónia, junto à fronteira com a Ucrânia, prometendo mais tropas americanas no país e anunciando um pacote de 2,7 milhões de dólares em ajuda humanitária.
Na visita de hoje à cidade de Rzeszow, durante a qual Blinken pretende encontrar-se com os dirigentes locais e mais tarde seguir para o posto fronteiriço para se encontrar com os refugiados ucranianos, o secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou o pacote de ajuda que a administração de Joe Biden pretende ver aprovado pelo Congresso norte-americano, tendo já feito essa solicitação à câmara.
O chefe da diplomacia norte-americana já se reuniu com o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Zbigniew Rau, um dia depois de ter participado numa reunião da NATO (aliança militar do Atlântico) e num Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.
Blinken disse que a sua visita à Polónia acontece "num dos momentos mais urgentes na longa história entre os dois países" e que o envio de militares norte-americanos para o país vai continuar.
Rau afirmou que a Polónia já recebeu mais de 700 mil refugiados da Ucrânia e que espera acolher centenas de milhares mais nas próximas semanas, a menos que a Rússia recue.
"Dadas as circunstâncias atuais, a Inditex não pode garantir a continuidade das operações e condições de negócios na Federação Russa", anunciou o grupo num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A Rússia representava aproximadamente 8,5% de lucro operacional da `gigante` espanhola e, segundo o grupo, das 502 lojas que serão temporariamente encerradas, 86 são da marca Zara.
"Se [Zelensky] se sentiu tão mal por a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte, também conhecida como Aliança Atlântica] não o ter defendido, é porque espera resolver o conflito mediante a inclusão da NATO nesta história, e não através de negociações", afirmou Lavrov, em conferência de imprensa realizada no final de uma reunião com o seu homólogo quirguiz, Ruslan Kazakbayev.
O chefe da diplomacia russa considerou ainda que o Presidente ucraniano não parece ouvir as declarações de Washington, Paris, Berlim e de outras capitais europeias quando avisam que a NATO não pretende interferir no conflito.
"O que parece é que [Zelensky] está a tentar provocar um conflito com a participação da NATO, entre a NATO e a Rússia", insistiu.
Segundo Lavrov, as "declarações constantes e ressentidas" de Zelensky não fazem sentir qualquer otimismo em relação a uma nova ronda de negociações russo-ucranianas, depois de as duas anteriores, realizadas na segunda e na quinta-feira, na Bielorrússia, terem falhado.
"Disse isto no início da operação e disse-o antes de esta decisão ter sido tomada. Uma decisão difícil, sem qualquer dúvida", disse Putin, numa reunião com membros femininos da tripulação de voo das companhias aéreas russas, transmitida pela televisão estatal.
As tropas russas aproximam-se de mais uma central nuclear, a de Nikolaiev, segunda maior da Ucrânia, o que levanta hipótese de uma estratégia russa visando dificultar o aquecimento da população neste inverno. Reportagem dos enviados da RTP a Lviv
Uma equipa da televisão britânica Sky News foi atacada no início desta semana nos arredores de Kiev e um dos jornalistas foi baleado e ferido, anunciou a empresa.
As estações de televisão públicas alemãs ARD e ZDF suspenderam temporariamente as suas emissões na Rússia, depois de ter sido aprovada uma lei que prevê 15 anos de prisão por difundir o que Moscovo considera "informação falsa".
Fontes daquelas entidades públicas comunicaram esta decisão e garantiram que vão continuar a dar "a máxima informação possível" sobre a situação na Rússia e na Ucrânia, enquanto examinam a situação criada pela nova lei.
A decisão acompanha as adotadas pela norte-americana CNN, a canadiana CBC, a agência de notícias Bloomberg, assim como a televisão britânica BBC, que foi a primeira a tomar esta decisão.
A embarcação saiu da Rússia poucas horas antes da invasão da Ucrânia.
O terminal em Sines recebe mais de 90 por cento do gás que entra em Portugal.
Mais de 1.200 advogados voluntariaram-se para prestar apoio jurídico ‘pro bono’ aos ucranianos residentes em Portugal e aos refugiados, revelou o bastonário, contando que há casos de crianças e recém-nascidos sem documentos.
O bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, entregou hoje à embaixadora da Ucrânia, Inna Ohnivets, uma lista com 1.207 nomes de advogados de todo o país que se inscreveram para ajudar os cidadãos ucranianos.
“A senhora embaixadora indicou-nos que os refugiados vão precisar de muito apoio jurídico. Há muitos casos de pessoas que vão chegar indocumentados, há até casos de crianças, recém-nascidas, que nem chegaram a ser legalizadas, porque tiveram de fugir da guerra”, disse Luís Menezes Leitão à Lusa.
Segundo o bastonário, entre as missões dos advogados está a obtenção de certificados de habilitações para os que chegam à procura de trabalho, assim como as autorizações de residência.
“Estamos disponíveis para prestar assistência no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e obter as legalizações necessárias, mesmo no caso de pessoas indocumentadas”, disse, sublinhando que “dar apoio a esta situação dramática que se está a viver é uma responsabilidade social dos advogados”.
Segundo Menezes Leitão, já chegaram “pedidos de todo o mundo”: “Tivemos contactos de ucranianos que estão no Egito, na Polónia, da República Checa e até da Espanha”.
Erdogan "vai transmitir a mensagem que temos repetido desde o início: é preciso acabar com esta guerra imediatamente, dar uma hipótese ao cessar-fogo e a negociações, estabelecer um corredor humanitário e realizar as evacuações”, disse o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, numa entrevista ao canal privado turco NTV.
O presidente turco também vai apelar a que se iniciem conversações “ao nível dos dirigentes” entre a Rússia e a Ucrânia, que “podem acontecer na Turquia”, adiantou o porta-voz.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Cavusoglu, expressou na sexta-feira a esperança de poder reunir os seus homólogos russos e ucranianos no Fórum da Diplomacia, que irá decorrer entre 11 e 13 de março em Antália, no sul da Turquia.
De acordo com a imprensa turca, o convite de Cavusoglu foi recebido positivamente pelo embaixador russo na ONU, Gennady Gatilov, que descreveu uma possível reunião dos dois ministros em Antália como uma “boa ideia”.
Segundo Cavusoglu, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, já confirmou a sua participação no Fórum.
“Acreditamos que estas reuniões terão um impacto positivo. Em particular, uma reunião ao nível dos dirigentes poderá evitar que a guerra provoque ainda maior destruição”, afirmou Kalin, acrescentando que a Turquia está pronta para receber um encontro deste nível.
Membro da NATO e aliado da Ucrânia, a Turquia também tem laços estreitos com a Rússia.
De acordo com Kalin, a Rússia está a estabelecer condições “irrealistas” para acabar com o conflito, mas “existem negociações e diplomacia para isso. (...) Temos boas relações tanto com a Ucrânia como com a Rússia e não podemos renunciar a nenhum dos países”, concluiu.
"Mantêm-se canais de diálogo com os EUA", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, sobre o estado das relações com Washington, durante a sua conferência de imprensa telefónica diária.
Peskov admitiu que a Rússia está a sofrer com as restrições económicas impostas por vários países, além dos EUA e dos Estados membro da União Europeia (UE), mas negou que tal signifique o seu isolamento.
"O mundo é grande demais para que a Europa ou os EUA consigam isolar um país, quanto mais um tão grande quanto a Rússia", disse, acrescentando que há muito mais países com uma "visão mais equilibrada, às vezes mais sensata, sobre a dinâmica do desenvolvimento das relações internacionais".
"É por isso que preferimos, e estamos convencidos de que não devemos, falar de isolamento. Confiamos que, mais cedo ou mais tarde, a nossa posição será assimilada pelos países - da UE e da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte, do inglês North Atlantic Treaty Organization] - que agora têm posições excessivamente emocionais e se recusam a entender muitas coisas que são evidentes", insistiu.
O porta-voz da presidência russa sublinhou que as autoridades estão a trabalhar no desenvolvimento de medidas para fazer frente à pressão económica externa.
"É uma situação extraordinária para a economia, que exige medidas extraordinárias, inéditas, corajosas, que respondam da melhor forma possível aos nossos interesses", disse.
Questionado sobre se estas medidas incluem a descriminalização do uso de programas informáticos piratas, Peskov indicou que a "pirataria económica" que se observa em grande parte do mundo deve ter a "respetiva resposta".
"A Rússia responderá, de uma forma ou de outra, a essa pirataria económica, escolhendo as medidas que melhor correspondam aos nossos interesses", reiterou.
A retirada de civis, que deveria ter começado às nove da manhã, hora portuguesa, fica assim adiada por questões de segurança.
A Rússia e a Bielorrússia foram suspensas do Conselho dos Estados do Mar Báltico (CEMB) em resposta à agressão de Moscovo contra a Ucrânia e o envolvimento de Minsk no conflito, segundo a União Europeia.
De acordo com o Serviço de Ação Externa da União Europeia, citado pela agência de notícias espanhola EFE, a Europa "concorda com os outros membros do CEMB sobre a suspensão da Rússia e da Bielorrússia, que permanecerá em vigor até que seja possível retomar a cooperação baseada no respeito pelos princípios fundamentais do direito internacional".
O CEMB é composto pela União Europeia juntamente com a Dinamarca, Estónia, Finlândia, Alemanha, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega, Polónia e Suécia e funciona como um fórum regional de cooperação entre os países que partilham as águas do Mar Báltico.
A Rússia é um dos cofundadores do Conselho e a Bielorrússia é um Estado observador do CEMB, cuja presidência está atualmente a cargo da Noruega.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, considera que o cessar-fogo humanitário decretado pela Rússia em duas cidades ucranianas deveria ser a nível nacional.
Ancara defende ainda que o cessar-fogo deveria ser duradouro e não apenas temporário.
A Turquia está a retirar os seus cidadãos que estão na Ucrânia em autocarros e comboios.
O Governo italiano bloqueou 140 milhões de euros em ativos ao abrigo das sanções internacionais impostas aos oligarcas russos, incluindo a apreensão de dois iates a empresários próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, anunciaram fontes oficiais.
A Alemanha, os Estados Unidos e os Países Baixos vão aumentar as contribuições para as tropas da NATO destacadas na Lituânia, noticiou hoje a agência Efe.
Segundo a agência de notícias espanhola, que cita o ministro da defesa da Lituânia, Arvydas Anusauskas, a Força Aérea Alemã vai contribuir com mísseis defensivos, enquanto os Estados Unidos enviarão um batalhão de tanques blindados, sendo esperado que os Países Baixos aumentem o seu contingente naquele país.
Arvydas Anusauskas, citado pela Efe, anunciou ainda, via Twitter, que o Ministério da Defesa da Lituânia vai gastar 40 milhões de euros em novas infraestruturas para acomodar as tropas adicionais.
Um total de 195.848 cidadãos ucranianos entraram na Roménia desde que a invasão russa em larga escala à Ucrânia começou, em 24 de fevereiro, segundo as autoridades romenas.
De acordo com dados da Polícia de Fronteira da Roménia, citados pela agência espanhola EFE, 132.500 destas pessoas já deixaram o país para outros destinos, principalmente na Europa Central e Ocidental.
Apenas durante a passada sexta-feira, 28.235 ucranianos entraram em território romeno. Destes, cerca de 17.000 entraram a partir da Moldova, um país que faz fronteira com a Roménia e a Ucrânia e de onde saíram, também, dezenas de milhares de refugiados.
Desde o início da guerra, mais de 100.000 refugiados entraram na Moldova. A maioria seguiu caminho para a Roménia e para outros países da União Europeia.
As tropas russas já tomaram mais uma cidade na Ucrânia Trostyanets, no norte do país. Surgem informações de que os militares estão a controlar as ambulâncias e não permitem que os médicos tenham acesso aos civis, apenas a crianças.
É a segunda cidade ucraniana tomada pelo exército russo, após a ocupação de Kherson.
O Governador da região já confirmou a entrada dos militares e o controlo por parte da Rússia. Várias lojas foram pilhadas e destruídas.
A Polónia recebeu 106 mil refugiados da Ucrânia nas últimas 24 horas, segundo estimativas das autoridades polacas, que revelam ser o número mais elevado desde que começou a guerra com a Rússia.
Até sexta-feira, a Polónia tinha acolhido cerca de 650 mil deslocados, transformando-se no principal país de acolhimento de refugiados oriundos da Ucrânia, avança a agência de notícias espanhola EFE.
Segundo dados da ONU divulgados também na sexta-feira, nos últimos dez dias terão saído da Ucrânia cerca de 1,2 milhões de pessoas, das quais 78 mil não são ucranianas: São, essencialmente, estudantes ou trabalhadores de 138 nacionalidades que viviam no país.
10h04 - Rússia e Bielorrússia discutem corredores humanitários
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e da Bielorrússia estão a analisar a possibilidade de criar corredores humanitários que permitam a cidadãos estrangeiros abandonarem a Ucrânia.
A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apresentou uma queixa no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra a Rússia por crimes de guerra na Ucrânia, devido aos ataques que destruíram antenas das estações de rádio e televisão impedindo a transmissão, anunciou hoje.
A denúncia foi formalizada na sexta-feira e baseia-se no argumento de que uma antena de radiodifusão não pode ser considerada um objetivo militar se não for utilizada pelo Exército, se estiver temporariamente dedicada ao uso militar ou se tiver simultaneamente uma utilização civil e militar, explicou hoje a RSF citada pela agência de notícias EFE.
Em comunicado, a RSF acrescenta que as torres de televisão eram apenas para uso civil, o que significa que os ataques foram contra meios de comunicação ucranianos, que Moscovo acusou de participarem numa estratégia de informação.
A organização de defesa da liberdade de imprensa sublinha ainda o caráter "intencional" da destruição das torres e o facto de estarem a ser realizadas em grande escala, revelando que existe "um plano deliberado".
"Bombardear deliberadamente várias infraestruturas de media, como antenas de televisão, constitui um crime de guerra e demonstra a extensão da ofensiva lançada por (Vladimir) Putin contra o direito à informação", disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.
A empresa de pagamentos PayPal suspendeu este sábado os seus serviços na Rússia, face às “circunstância atuais”, juntando-se a muitas empresas financeiras e de tecnologia que suspenderam as suas operações após a invasão da Ucrânia.
A suspensão do PayPal na Rússia também se aplica à sua ferramenta de transferência de dinheiro Xoom. Rivais Wise e Remitly suspenderam anteriormente alguns serviços na Rússia.
As autoridades russas disseram hoje que acolheram quase 175 mil refugiados da Ucrânia desde o início da invasão, na esmagadora maioria provenientes das repúblicas separatistas ucranianas de Donetsk e Lugansk.
Cerca de 156 mil pessoas chegaram à Rússia provenientes das duas repúblicas e outras 18 mil do resto do país.
Entre os refugiados encontram-se mais de 45 mil crianças, de acordo com Moscovo, avançou a agência de notícias russa TASS.
A embaixadora da Ucrânia em Lisboa alerta que se vive uma uma crise humanitária nas cidades já ocupadas pelas tropas russas. Ainda assim, Inna Onivets está confiante de que a Ucrânia vai vencer a luta contra a Rússia.
O Diretor-Geral da Organização Internacional para as Migrações diz que há 12 milhões de ucranianos "confinados" no país. António Vitorino sublinha que o apoio a estas pessoas, que já estão com dificuldades, só é possível através de corredores humanitários.
Já esta madrugada, Volodymyr Zelensky publicou um novo vídeo, no qual garante que continua em Kiev. O Presidente da Ucrânia desmente notícias sobre a fuga da capital ucraniana.
Singapura anunciou hoje sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, tornando-se num dos poucos governos do Sudeste Asiático a fazê-lo.
"A soberania, independência política e integridade territorial de todos os países, grandes e pequenos, devem ser respeitadas", defendeu o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Singapura impôs controlos sobre exportações ou passagem de mercadoria ligada a equipamento militar ou de dupla utilização, que possam ser considerados "bens estratégicos".
O Governo explicou que as sanções visavam restringir a capacidade da Rússia para travar a guerra e envolver-se na "agressão cibernética".
O Presidente da Câmara de Mariupol revela que estão a acabar os alimentos e que não há água, aquecimento ou eletricidade.
Marioupol, cidade com cerca de 450 mil habitantes junto ao mar de Azov, está "sob bloqueio" e é, há cinco dias, alvo de "ataques impiedosos", escreveu Vadim Boitchenko na plataforma Telegram.
"A nossa prioridade é conseguir um cessar-fogo para que possamos restabelecer as infraestruturas vitais e criar um corredor humanitário para fazer chegar alimentos e medicamentos à cidade", acrescentou.
O controlo de Mariupol é estratégico para a Rússia, uma vez que permitiria garantir uma continuidade territorial entre as forças vindas da Crimeia e as que chegam dos territórios separatistas pró-russos da região de Donbass.
Ao décimo dia de ofensiva continua a escalada de violência. Foram ouvidas várias explosões em Kharkiv.